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UFPA presta atendimento a pacientes de HTLV, vírus da família do HIV

Pará é um dos estados com maior incidência do vírus, que está relacionado a leucemia, doenças pulmonares e neurológicas.

Enize Vidigal

A Universidade Federal do Pará (UFPA) está prestando atendimento gratuito às pessoas com HTLV, vírus de nome científico “T-linfotrópico humano”, que pertence à mesma família do vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e é responsável por sérios males à saúde. “O Brasil é um dos países com maior prevalência de infecção pelos HTLV-1/2. Estima-se que um milhão de pessoas sejam portadoras do vírus no país, e o Pará é um dos três estados brasileiros com alta frequência de casos de infecção, juntamente com Maranhão e Bahia”, afirma o coordenador do Laboratório de Virologia (Labvir), do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFPA, professor Antonio Vallinoto.

Desde 2021, o Labvir desenvolve dois projetos de pesquisa financiados pelo Ministério da Saúde com o objetivo de incentivar o diagnóstico da doença, acolher e acompanhar os pacientes diagnosticados com HTLV por profissionais da saúde.

O HTLV pode ser transmitido de mãe para filho por meio da amamentação, da placenta ou durante o parto, e, ainda, por outros contatos sanguíneos, como transfusão com sangue contaminado, compartilhamento de agulhas, seringas, objetos cortantes ou por relação sexual sem proteção. O HTLV é relacionado com diferentes males, como leucemia, doenças pulmonar e neurológica inflamatória, problemas na articulação e outras.

Não existe vacina contra esse vírus ou tratamento que elimine a infecção provocada por ele. O diagnóstico precoce é importante para o controle da transmissão e o monitoramento dos sinais e sintomas relacionados com a infecção para um tratamento mais eficaz. Em casos de doenças neurológicas, por exemplo, o diagnóstico precoce possibilita um tratamento  para retardar os sintomas que afetam os neurônios e podem levar à dificuldade de locomoção e outros problemas.

“No Brasil são poucos os grupos de pesquisa que realizam diagnóstico da infecção pelo HTLV. O Laboratório de Virologia da UFPA vem trabalhando nesta área desde a década de 1980 e, hoje, constitui um dos grupos brasileiros com destaque nas pesquisas sobre o vírus. Neste momento, o LabVir lança mão de sua estrutura e de expertise de pesquisa para oferecer um serviço especializado e diferenciado à população de Belém e do estado do Pará, com possibilidade de expansão do serviço para os estados vizinhos do Tocantins e do Maranhão, que integram a rede de colaboradores”, informa o coordenador.

Atendimento

Os pacientes interessados em receber o atendimento da devem se dirigir ao Laboratório de Virologia do ICB, que fica no campus básico da UFPA, próximo ao Portão 1, no bairro do Guamá, em Belém. É necessário apresentar o encaminhamento médico que solicita o exame de pesquisa de infecção pelo HTLV. O atendimento ocorre às sextas-feiras pela manhã, das 8h às 12h. 

O diagnóstico é realizado por meio de dois testes laboratoriais a partir de uma amostra de sangue coletada no laboratório. No primeiro, é verificada a presença de de anticorpos contra o vírus e, em caso de resultado positivo, a amostra segue para o segundo teste, que verifica a presença do material genético do vírus.

Os pacientes que têm a infecção confirmada são encaminhados para o atendimento com uma enfermeira docente da UFPA, que realiza o acolhimento e o aconselhamento do paciente, e verifica os possíveis sinais e sintomas clínicos das doenças associadas ao vírus. Caso o paciente possua algum sintoma de doença relacionada com o HTLV, ele é atendido por um dos médicos que colaboram com o projeto e que atendem na Unidade Básica de Saúde do Jurunas, localizado na Rua Fernando Guilhon, bairro da Cremação.

Belém