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Transplante capilar: técnica que contorna efeitos da calvície ajuda a recuperar a autoestima; vídeo

Mais da metade da população masculina do país é calvo; condição atinge cada vez mais jovens

Camila Azevedo

A cirurgia de transplante capilar está entre as três mais procuradas por homens no Brasil, seguida pela lipoaspiração e rinoplastia. O procedimento teve um aumento de buscas de 50% em 2021, conforme números da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Essa é uma das formas usadas para driblar o fenômeno da alopecia androgenética, conhecida como calvície, que afeta mais da metade da população masculina acima dos 50 anos e consiste na perda permanente de cabelo. Apesar da faixa etária específica, especialistas afirmam que cada vez mais jovens têm sentido os efeitos da condição e buscado as técnicas inovadoras.

O transplante capilar é um procedimento que está dentro das áreas da cirurgia plástica e dermatológica. Ele é indicado para pacientes que possuem calvície em um nível avançado, tendo a Escala NorNorwood-Hamilton como base para definir os parâmetros - variando em 7 graus. O método retira uma parte do couro cabeludo da pessoa, chamada de área doadora, e implanta onde tem as falhas. Em meados de 1980, os especialistas faziam uso da técnica FUT (no inglês, follicular unit transplantation), separando os folículos da zona indicada por meio do uso de lupas microscópicas, deixando uma cicatriz linear que não agradava a todos. 

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O resultado é gradual e segue um padrão que vai de acordo com as fases de crescimento capilar. A cada mês, tem uma porcentagem; 20% com 4 meses; 30% no 5º mês; e um efeito mais expressivo ao chegar no 6º mês. Ao final de um ano, é possível ver os 100%. “É comum e esperado o que acontece em 95%: os cabelos implantados caem de 15 a 21 dias após a cirurgia, caem quase que totalmente, como se perdesse o implante. Mas, não perde porque cai só o fio, a raiz continua produzindo o fio novo, que começa a exteriorizar a partir do 3º mês”, detalha. 

Estresse tem aumentado número de calvos precoces

O ritmo agitado do dia a dia, a alimentação não balanceada e os hábitos de vida sem um controle saudável são grandes fatores que contribuem para que os jovens apresentem cada vez mais cedo a calvície. O cirurgião plástico destaca que a média de idade mais frequente para que os primeiros sinais de queda comecem varia dos 16 aos 18 anos. “A partir de então, já é bom procurar um médico para instituir um tratamento adequado o mais cedo possível, que vai variar de acordo com cada caso. Não aconselho a automedicação. A orientação é procurar o médico e definir o que fazer, como terapia com laser, microagulhamento…”, aponta Matheus. 

Procedimento ajuda a recuperar a autoestima

O cabelo é uma questão importante do corpo e responsável por grande parte da autoestima, simbolizando força e vitalidade. A calvície, sendo crônica, progressiva e agressiva, compromete boa parte da imagem vista, gerando momentos de desconforto pessoal. Foi pensando em melhorias que o professor e cantor de 47 anos, Carlos Guthyerrez, optou pelo procedimento em outubro de 2021. O volume dos cabelos que mantinha há anos disfarçava as entradas que começaram a ser formadas de forma precoce, mesmo tomando inibidor de queda. “Em 2010, eu tive um estresse físico e tudo foi caindo. Dessa fase em diante eu fiz tratamento dermatológico, que foi quando voltou ao normal. Mas quando eu ia à praia, ou piscina, e batia um vento forte, me incomodava mais, as entradas ficavam muito expostas. Me sentia incomodado, mas não atrapalhava. Era só a mim, as pessoas não ficavam comentando”, ressalta. 

Por causa do algoritmo de uma rede social que ele foi indicado a assistir um vídeo do cantor Paulinho Vilhena falando sobre o transplante capilar que realizou e o quanto os resultados foram muito esperados que Carlos criou coragem para pesquisar mais sobre o métodos. “Eu já sabia do transplante, mas tinha medo de cortar a tira de baixo da cabeça. Isso me deixou meio sem vontade, nunca tive mínima vontade de fazer. Quando assisti essa entrevista, descobri que tinha uma técnica nova que era fio por fio. Eu fiquei encantado com o resultado”, destaca o professor. 

A calvície diagnosticada foi a do grau 3, ou seja, considerada intermediária. Seguindo todos os cuidados necessários e vendo que os resultados realmente eram reais, Carlos conta que começou a ter um novo olhar sobre as situações que o desagradavam. “Eu sempre fui uma pessoa muito tranquila em relação ao meu cabelo, só me incomodava em ocasiões muito especiais, mas fora isso, minha vida seguia normal. Agora com o transplante, eu não me preocupo mais com essas coisas, além do mais eu sempre quis ter o cabelo comprido de novo e estou deixando crescer porque a parte transplantada está igualando e já posso deixar crescer”, finaliza.

Belém