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Sino marca a vitória de 51 crianças contra o câncer no hospital oncológico infantil Octávio Lobo

O 51º paciente a receber alta e a tocar o Sino da Vitória foi Mikael. E sempre que isso acontece, o hospital vive um momento de festa e celebração da vida.

Ana Carolina Matos

A plena recuperação é o momento mais aguardado de quem trava a longa batalha contra o câncer. No caso de Mikael Oliveira da Silva, de 12 anos, foram oito anos até ouvir a badalada que cravou a cura no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, na última terça-feira, 26. A unidade hospitalar tem uma maneira especial de celebrar a alta do tratamento dos pequenos pacientes: o projeto "Sino da Vitória", cujo tilintar de um pequeno sino dourado ecoa a mais doce das vitórias de quem anseia por celebrar a vida. 

O projeto consiste em uma pequena cerimônia, em uma sala de convivência e recreação, que antecede uma caminhada por todos os andares do prédio localizado no bairro de São Brás. O paciente, então, anuncia as boas novas soando o sino por todos os corredores, atraindo olhares curiosos e emocionados por parte de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, servidores, outros pacientes e familiares. 

A profissional destaca ainda que o programa também é motivo de emoção para a equipe de profissionais de saúde. "Os colaboradores, quando escutam a badalada do sino, conseguem entender onde contribuíram, ver a trajetória que estiveram, que passaram com aquele paciente e então eles conseguem entender a importância deles nesse processo", destaca.

Enfermeira assistencial do ambulatório, Vanúbia Lima já acompanhou centenas de pacientes e vários dos que participaram do programa "Sino da Vitória". A profissional de saúde foi uma das que se emocionou com a alta de Mikael. "Cada história é diferente. A gente vive essa emoção junto com eles, a gente vibra porque é um momento histórico, é um momento que vai fazer parte da vida dele e também que a gente se sente pertencente nessa história, porque a gente faz parte do processo, a gente se doa, cuida deles, então acaba que a gente cria um vínculo com eles e nos emociona", pontua.

Esperança de ouvir o som do sino

A expectativa de ouvir de perto o soar do sino da recuperação é grande para Mirlene Rodrigues Rocha, de 38 anos. A dona de casa acompanhava o filho, Felipe Dennis, em uma consulta ambulatorial de rotina quando ocorreu a cerimônia de recuperação de Mikael. "Eu não vejo a hora (da recuperação). Já estou contando os dias para que isso aconteça com ele também. Eu já me emocionei com o episódio de agora a pouco e espero que a recuperação total dele venha em breve", conta, animada.

A mãe explica que o filho está em tratamento desde 2015. "O Felipe fez o tratamento durante três anos e nove meses e, em novembro de 2018, ele fez o transplante de medula óssea. São seis anos... No início foi bem difícil, complicado, mas a gente segurou, foi firme e forte, com muita fé em Deus e Nossa Senhora. Graças a Deus a gente conseguiu o doador pra ele e ele está aqui bem graças a Deus. Por enquanto, agora, só está em acompanhamento pós-procedimento", detalha a mãe. 

Belém