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Sem carnaval, ambulantes fazem viradas e buscam pontos alternativos para trabalhar

As festas carnavalescas deveriam estar rendendo dinheiro em Belém e outros municípios, mas agora é preciso improvisar e se contentar com pouco

Victor Furtado

O carnaval sempre significou período de bons rendimentos para comerciantes informais e ambulantes. Mas com a suspensão de todos os eventos, devido aos riscos apresentados pela covid-19, esse segmento teve de se juntar à massa de trabalhadores em prejuízo. Alguns dos que não atuavam nos bloquinhos e eventos de rua de Belém, já estavam procurando as programações no interior para vender. A eles só restou a chuva.

Cosme Santos, em outras ocasiões, já estava em Mosqueiro com isopores "até o talo" de bebidas e vendendo combo de churrasquinhos. O sobrou em 2021 foi não deixar o fogo apagar com a chuva na capital. "Vou ficar por aqui pelo Veropa mesmo, com os trabalhadores daqui, que ainda tem venda. Mas sem dúvida era para estar melhor e faturando", comentou. Ele teme pegar covid-19 porque é um dos poucos da família ainda conseguindo trabalhar. Os irmãos ainda pegaram auxílio e agora vivem na incerteza.

"Tá miado o negócio, olha. Uma hora dessas, de carnaval, a gente tava vendendo até debaixo de chuva", reclamou Patrícia Rodrigues, que trabalha com o parceiro Manoel da Conceição na venda de bebidas. "Nessa época a gente faz plantão na Pedreira. A gente fica desde quinta e só sai no outro final de semana. Esse ano é sair vendendo onde der. Mas nem bloquinho na rua tem. E nem pode", disse o comerciante informal, empurrando o carrinho de mão pela Cidade Velha, em busca de um negócio para ser fechado.

Maurílio Batista tem uma pequena barraca na avenida Almirante Tamandaré. Decepcionado, observa o tempo passar sem movimento de vendas. "Num final de semana de carnaval, já cheguei a vender 70 pacotes de cerveja. Mas o que botar pra vender, vende. Não sendo ilícito, eu vendo. Salgadinho, bombom, cigarro, pipoca... Já estaria era de folga, aproveitando o rendimento do final de semana. Esse ano veio a pandemia e estragou tudo", disse.

Sobre o diálogo com o trabalhadores informais, a Secretaria Municipal de Economia (Secon) informou, em nota, que "...a Prefeitura de Belém tem buscado minimizar os prejuízos econômicos causados pela Pandemia, por meio de incentivos como o Programa Bora Belém, que disponibiliza auxílios de até 450,00 reais às famílias em situação de vulnerabilidade social, e que tiveram as condições financeiras agravadas pela covid-19".

"A Secon informa ainda que está à disposição desses ambulantes no sentido de prestar orientações e encaminhamentos aos órgãos assistenciais, conforme a necessidade e o perfil de cada trabalhador", comunicou o órgão.

Belém