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Saúde ocular é desafio para gestão e cidadãos na pandemia

Consulta com oftalmologista deve ocorrer pelo menos uma vez ao ano, alerta especialista

Eduardo Rocha

Em 10 de julho transcorre o Dia Mundial da Saúde Ocular, e o Brasil necessita intensificar a prevenção a problemas na visão em duas frentes: no esclarecimento da população acerca das ações preventivas e de tratamento e, ainda, no fortalecimento da rede de atenção à saúde ofitalmológica, como destaca o oftalmologista Oswaldo Frazão Neto, diretor técnico do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza. Dois fatores agravantes nesse processo têm sido a pandemia e as férias escolares.

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) informa que a cegueira atinge 1.577.016 brasileiros (0,75% da população). Deste total, 74,8% dos casos podem ser prevenidos ou curados. Desde o começo da pandemia, os exames de glaucoma caíram 30% nas unidades de saúde e cerca de 1,6 milhão de exames para diagnóstico da doença deixaram de ser realizados no somente no Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, pelo menos 6,7 mil procedimentos cirúrgicos, que poderiam reverter e tratar a doença, também deixaram de ser realizados em 2020.

"As pessoas não chegam ao oftalmologista por dois motivos principais: primeiro, a cultura que a nossa população tem da automedicação e da autoresolução dos problemas de saúde. É importante nunca tentar se automedicar ou manipular os olhos de forma errônea, pois essa é uma das principais causas de trauma ocular ou piora de lesões preexistentes. O uso de equipamentos de proteção individual durante trabalhos profissionais e domésticos também é muito importante para evitar o trauma ocular. Em segundo lugar, temos que destacar também a falta de um maior apoio às redes de atenção à saúde", observa Oswaldo Frazão.

No Estado do Pará, por exemplo, como frisa, essa rede é composta pelos pontos de atenção à saúde que sãos a unidades que atendem Oftalmologia por todo o Estado, e isso é de responsabilidade dos municípios, e o centro de referência, que é o Hospital Bettina Ferro de Souza, em Belém, onde os pacientes referenciados como média e alta complexidade são atendidos.

Graves

O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo, e a catarata é a principal causa de cegueira reversível, como destaca Oswaldo Frazão. Nesses dois casos, fica clara a importância de se buscar por um especialista.

"Nós temos hoje cerca de 40 milhões de pessoas cegas no mundo inteiro, e aproximadamente metade dessas pessoas poderia ter evitado ou prevenido a sua doença. No caso do glaucoma, o diagnóstico precoce é muito importante, pois o controle d quadro por meio do uso de colírio na maioria das vezes é capaz de evitar a cegueira. E na catarata, nós temos o procedimento cirúrgico fazendo dela um procedimento seguro e um doença que é reversível. Após a cirurgia da catarata, ela não retorna mais", pontua o oftalmologista.

"Então, é muito importante que os usuários procurem o especialista pelo menos uma vez ao ano, para que, além da refração, ou seja, a prescrição do óculos, sejam observadas também possíveis patologias ou doenças que mereçam e necessitem de tratamento pelo profissional oftalmologista", completa o médico.

 “A escola é nossa parceira, porque, em muitos casos, é a professora ou o professor quem observa por primeiro alguma alteração relacionada à visão das crianças , e com as férias escolares nós ficamos sem esse feedback”, ressalta Oswaldo Frazão.

Atendimentos

O Hospital Bettina Ferro de Souuza, do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), informa: "quanto aos atendimentos, desde que a pandemia iniciou, os hospitais universitários estão seguindo as orientações do plano de contingência de cada unidade hospitalar, que suspendeu os atendimentos eletivos no período de março a julho de 2020, quando o hospital passou a retomar gradativamente os serviços e hoje está operando com 50% da capacidade, sendo os pacientes regulados pela Secretaria de Saúde do Município, que também obedece o plano de contingência da prefeitura”.

“Para reduzir o tempo de espera dos pacientes, o Hospital Bettina Ferro já realizou, ao longo do semestre, duas ações para o diagnóstico do glaucoma e do ceratocone, com pacientes regulados pelo SUS", completa o hospital.

 

Belém