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'Samaumeira da Praça Santuário': Prefeitura vai retirar restos do vegetal a partir do dia 22

Decisão foi tomada pela Diretoria da Festa de Nazaré, a partir de laudo que indica risco iminente de queda de galhos e tombamento da parte restante da árvore

O Liberal

A partir do laudo final sobre a saúde da samaumeira da Praça Santuário, no centro de Belém, que indicou risco iminente de queda de galhos e tombamento -- divulgado com exclusividade pela Coluna Repórter 70, de O Liberal, nesta terça-feira (9) - a Prefeitura de Belém acaba de anunciar que no próximo dia 22 começará a retirada dos restos do tronco e da raiz da árvore, que ficou conhecida como “Samaumeira do CAN”, como era chamada a praça até 2004. A decisão foi tomada pela Diretoria da Festa de Nazaré, responsável pela administração da Praça Santuário, onde a árvore estava plantada, após o recebimento do laudo sobre a saúde do vegetal. 

O parecer técnico sobre a samaumeira foi elaborado por técnicos da Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) e da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) Empresa Brasileira da Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A entrega do documento ocorreu na sede da Semma, na tarde de segunda-feira (8), durante reunião entre a secretária municipal de Meio Ambiente, Christiane Ferreira, e o diretor-coordenador da Diretoria da Festa de Nazaré, Antônio Salame.

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Testes

Além de apresentar a avaliação técnica sobre a saúde do vegetal, o documento contém os resultados dos testes realizados no período de fevereiro a abril deste ano, sendo que a última avaliação foi feita no dia 26 de abril. 

“Observando levantamentos e análises feitas pelos técnicos da Semma e UFRA na samauameira, ficou consignada a necessidade da retirada total do que ainda resta da árvore, o que será feito pela equipe da Semma a partir do próximo dia 22”, informa Christiane Ferreira. 

A previsão é que o trabalho leve cerca de uma semana para ser concluído, levando em conta as dimensões da árvore. “O trabalho de retirada se concentrará inicialmente no restante do tronco que permanece no local, já as raízes serão avaliadas durante esse processo, pois devem ter tomado áreas extensas do subsolo”, detalha o diretor de Áreas Verdes da Semma, Kayan Rossy.

Relatório

O relatório sobre a saúde da samaumeira começou a ser elaborado em fevereiro, após a queda de parte da copa, na madrugada do dia 6. O documento detalha que foram feitas coletas de material vegetal pelos pesquisadores das duas instituições com o propósito de tentar, em laboratório, o enraizamento dos ramos coletados, utilizando hormônios vegetais para reprodução vegetativa (clones). Porém, o experimento não obteve sucesso. 

As novas avaliações constataram que apesar do vegetal se encontrar vivo, não tem condições de se estabelecer, apresentando risco iminente de queda de galhos e tombamento, trazendo risco à população e para a estrutura que em volta. 

Além das análises no vegetal, as imagens aéreas fornecidas pela Semma subsidiaram a decisão dos técnicos. “Com as fotos feitas por drone foi possível constatar que o caule, tronco da árvore está completamente oco, e ainda com a infiltração. Devido ao período de chuva, o caule ficou ainda mais fragilizado", explica o engenheiro agrônomo e professor da Ufra, Cândido Oliveira Neto.

Ele esclarece, que mesmo que novos ramos se desenvolvessem haveria o risco de quebra ou tombamento, não havendo, portanto, condições de um desenvolvimento normal da árvore. "Diante da análise de todos os fatores, avaliamos que o ideal seja a retirada do restante da árvore”, ressalta Cândido.

Plantio

Em Belém, de acordo com a Lei Ordinária Nº 8489, de 29 de dezembro de 2005, é obrigado o plantio de, pelo menos, uma árvore para cada uma suprimida em terreno ou via pública, em todo o município. Além disso, por ser uma espécie tombada, é necessário que uma nova samaumeira seja plantada na cidade, sempre que uma for suprimida, conforme a Lei Ordinária nº 7709, de 18 de maio de 1994. Por estas razões uma nova árvore da mesma espécie deve ser plantada, após a supressão do vegetal centenário.

“Dentre as alternativas apresentadas, entre elas, a do plantio de uma samaumeira em um local diferente, a Igreja decidiu por plantar espécie semelhante no mesmo local da árvore analisada. O que será feito no Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho. Além do plantio, faremos o acompanhamento do desenvolvimento da espécie, a fim de que ela cresça saudável”, ressalta a secretária Christiane Ferreira.

Belém