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Roncar pode aumentar risco de acidente vascular cerebral? entenda

Pessoas que roncam podem ter uma doença chamada apneia do sono, que é a pausa momentânea da respiração durante o sono, diz especialista

Dilson Pimentel e Gabriel Pires

O ato de roncar está ligado ao aumento do risco de acidente vascular cerebral (AVC). É o que aponta um estudo recente publicado no The Lancet Regional Health. Durante uma década, 19,6 mil participantes acompanhados desenvolveram AVC. Todos eles roncavam.

O estudo destaca a importância de não ignorar os sinais, diz o coordenador do departamento de Medicina do Sono da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, Alexandre Ordones. O especialista alerta para os males do ronco, associado à apneia obstrutiva do sono.

"Essa parada respiratória durante o sono leva a uma diminuição da oxigenação no nosso corpo com queda de saturação. Isso pode levar a ocorrência da aterosclerose, o entupimento das artérias do nosso corpo, e isso favorece a ocorrência do AVC", explica.

Em Belém, Erika Badarane, otorrinolaringologista com atuação em medicina do sono, disse que a relação entre o AVC e o ronco existe porque pessoas que roncam podem ter uma doença chamada apneia do sono, que é a pausa momentânea da respiração durante o sono. “Essa baixa saturação de oxigênio no nosso organismo, quando ocorre de forma repetida, provoca danos aos vasos sanguíneos, que predispõem a doenças como o AVC. Pessoas com apneia do sono também tendem a ter um aumento da pressão arterial principalmente durante o sono, o que também é fator de risco para a ocorrência do AVC e de outras doenças cardiovasculares”, explicou.

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"Minha esposa diz que eu ronco que falto infartar”, diz chaveiro

O chaveiro Antônio Edinilson dos Reis, 51 anos, disse que ronca “bastante”, principalmente quando toma cerveja. “Minha esposa diz que eu ronco que falto infartar”, contou. Ele afirmou que nunca investigou a origem do ronco, até porque isso não afeta sua rotina diária. “A pessoa que ronca não escuta. Quem está perto é que fala que a gente ronca”, afirmou. Antônio disse que nunca procurou saber sobre a origem do ronco dele. “A gente vai deixando para depois essas coisas”, afirmou ele, que é conhecido como “Antônio Chaveiro”.

O vigilante Rogério Lima, 43 anos, disse que ronca quando está muito cansado. E, também, quando consome bebida alcoólica. “Quando vou em alguma festa, algum evento social, e bebo é selado eu roncar bastante mesmo”, disse. Rogério contou que roncar interfere no sono dele. “Às vezes, eu me assusto com o meu ronco. Muito alto o barulho. Aí eu me espanto. Aí, pra voltar a pegar no sono, demora aquele período”, contou.

O vigilante disse que nunca pensou em procurar um profissional porque acha que é algo “normal”. “Acho que deve acontecer isso com todo mundo”, contou. Mas Rogério afirmou que isso não atrapalha o seu rendimento no trabalho.

Belém