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Rodoviários da Autoviária Paraense vão grevar a partir de sábado

Empresa opera cinco linhas e, segundo denúncias do sindicato da categoria, os rodoviários estão submetidos a um regime de terrorismo psicológico, desgaste e descontos salariais indevidos

Victor Furtado / Redação Integrada de O Liberal

Trabalhadores da Autoviária Paraense — operadora de cinco linhas entre Belém, Ananindeua e Marituba, com uma frota de 80 veículos — entrarão em greve, a partir de 0h de sábado (1º de junho). Há uma série de direitos trabalhistas sendo desrespeitados, como denunciam os rodoviários e o sindicato da categoria. Alguns dos problemas são históricos. E quem se puser a questionar as condições de trabalho, é vítima de assédio moral constante.

Huelem Ferreira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (Sintram), afirma que os funcionários da Autoviária Paraense estão sendo obrigados a pagar pelos consertos dos ônibus. E os danos aos veículos, que já estão sucateados, diz o sindicalista, têm sido constantes devido às péssimas condições das vias da Região Metropolitana de Belém. As linhas operadas são Almir Gabriel, Alça Viária, Júlia Seffer, Marituba - Pirelli e Mário Couto.

Há ainda outras reclamações: os pontos biométricos não estão funcionando, logo as horas extras não estão sendo registradas; após registrar saída por outros meios, os funcionários são obrigados a fazer horas extras não-remuneradas; assédio moral constante (ameças de demissão ou punições). A empresa tem 350 funcionários.

"Todas as denúncias têm provas. Entregamos tudo ao Ministério Público do Trabalho (MPT). O caso está nas mãos da procuradora Silvia Silva da Silva. Estamos cumprindo o prazo legal para a greve, que é a comunicação 72 horas antes. Assim, a população já fica sabendo e dá tempo para a empresa se manifestar. Até agora não houve resposta. O prazo acaba na sexta-feira (31). A partir da 0h de sábado, os trabalhadores param", afirma Huelem.

Em média, a empresa atende 10 mil passageiros por dia, nos três municípios, na estimativa do Sintram. A Redação Integrada de O Liberal tentou contato duas vezes com a empresa, mas o repórter não conseguiu passar do atendente da portaria. Os funcionários garantiam que a Autoviária Paraense desconhecia qualquer informação sobre greve e não forneceram e-mails para contato formal ou apontaram gerentes para quaisquer posicionamentos. 

A Redação Integrada de O Liberal também está tentando contato com o MPT.

Belém