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Queda de árvores em Belém reforça necessidade de rotina de manutenção

Foram 22 árvores que caíram na noite de quarta (19), assustando moradores da capital paraense

Eduardo Rocha

O desabamento de 22 árvores em virtude do temporal (chuva e ventos fortes) que acometeu a Cidade de Belém na quarta-feira (19)  à noite evidencia a necessidade de monitoramento do estado dos vegetais e de rotina de manutenção das espécimes no espaço urbano. Isso pelo fato de que tão logo o fato se deu, os cidadãos nos bairros lançaram a pergunta: por que caíram tantas árvores de uma só vez na capital paraense? 

A engenheira agrônoma e professora aposentada Heliana Brasil, destaca que "mesmo nas florestas, onde há entrelaçamento de ramos e raízes, um vento acima da velocidade normal e que atinge o dossel, seja numa única direção ou em várias direções e sentidos, é capaz de derrubar muitas árvores; esse fenômeno é conhecido aqui na Amazônia, onde o solo raso também concorre para a instabilidade das árvores".

Manutenção deve ser constante

"Trazendo para o ocorrido em Belém, embora ventanias fortes já tenham ocorrido diversas vezes, sem querer entrar na seara dos meteorologistas, o fenômeno do dia 19 me parece ter sido atípico, num ambiente onde as árvores vêm sofrendo danos diversos durante seu tempo de vida no meio urbano, o que lhes tira equilíbrio fisico e compromete sua fisiológia. Não podemos esquecer que estruturas inertes, como telhados também foram danificados. No caso das árvores, a manutenção teria que ser feita constantemente por todos os atores envolvidos, o que não se vê em Belém, onde cada um se preocupa com 'seu pedaço ' esquecendo que está lidando com um ser vivo e necessário, principalmente numa cidade tropical", enfatiza Heliana Brasil.

Há um certo tempo, diz a professora, "fui obrigada a dizer que os belos túneis de mangueiras é a maior evidência do desequilíbrio das copas e na maioria das vezes, também dos troncos". "Há muito também se recomenda o rebaixamento das copas principalmente nas avenidas e ruas estreitas. Evidentemente, em se tratando de um ser vivo, não tem como 'revitalizar' ou recuperar de quando em vez: é necessária a manutenção constante, e evidentemente, se isso não acontece outras árvores cairão ou galhos serão quebrados não necessariamente sob rajadas fortes de vento", acrescenta. 

A manutenção passa pela supressão dos danos: a poda na árvore urbana é uma necessidade principalmente para livrar a copa de parasitas, mas também para lhe conferir estabilidade física, não  só para 'livrar os fios, semáforos e lâmpadas, todos esses necessários também ao bem-estar dos moradores e transeuntes, como assinala a professora. 

"Troncos ocos a meia altura são consequência de poda mal feita, já o oco na base (coleto) não raramente provém do uso inadequado do que deveria ser uma área livre, para depósito de lixo, entulho etc. Por isso, volto a dizer: todos têm que contribuir e fazer bem o que lhe compete e não fazer o que venha a danificar a árvore", reforça.

Árvores bebês

Acerca do fato verificado no dia 19, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) informa que "as árvores que caíram em Belém eram jovens". "Nenhuma das 22 árvores que tombaram em decorrência das condições climáticas registradas na noite do último dia 19 eram centenárias. Ao contrário, entre as oito mangueiras que caíram algumas tinham cerca de 10 anos de idade e são consideradas árvores bebês". 

De acordo com o órgão municipal, a análise da idade do vegetal é feita com base do diâmetro de seu caule. "A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), realiza diariamente manutenção dos vegetais localizados nas áreas públicas da capital paraense, o que inclui seus distritos e ilhas. O serviço inclui além de podas preventivas, o levantamento de espécies e análise da saúde das árvores de Belém".

Na sexta-feira (21), a Prefeitura informou que foram contabilizadas 22 árvores, entre elas oito mangueiras, que caíram em decorrência das condições climáticas registradas na noite do dia 19. 

"As demais espécies que caíram foram oitizeiros, jambeiros, castanholas e véu de noiva. A quantidade será replantada pelo poder municipal, em cumprimento ao artigo 13 da Lei  Municipal 8489 de 29 de dezembro de 2005", como informou a Prefeitura de Belém.

 

Ananindeua