Quadrilhas juninas confirmam tradição na Aldeia
Grupos levaram muita gente para as arquibancadas
A chuva que caiu sobre Belém, no começo da noite desta sexta-feira (21) não esmoreceu a animação de brincantes de quadrilhas juninas e do público que lotou as arquibancadas na Aldeia Amazônica, no bairro da Pedreira, onde ocorre o concurso de quadrilhas organizado pela Prefeitura de Belém. A partir das 20 horas, as quadrilhas mostraram por que são um dos principais símbolos da quadra junina, com performances conjugando entrosamento, ritmo, beleza e valorização da cultura regional. A primeira a se apresentar, na segunda noite do concurso, foi a Império de São João, do Conjunto Maguari, abordando o tema "Baile no Arraiá da Império", com os integrantes vestidos de lordes e ladies e um marcador de bobo da Corte.
O marcador foi Paulo Caqui, 51 anos. "O bobo da Corte foi convidado pelo rei para animar o baile no Arraiá da Império de São João", disse, animado, Caqui, que encantou a plateia com sua movimentação diante do público. Os espectadores dispõem, além das arquibancadas, de dois telões para conferir as apresentações do grupo, como informou Sílvia Lovaglio, diretora de Ação Cultural da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel). O público previsto para as quatro noites da fase inicial do concurso de quadrilhas é de 20 mil. Essa fase do concurso prosseguirá neste sábado (22) e terminará no domingo (23).
A quadrilha junina Roceiros da Amizade, do bairro da Sacramenta, contabiliza oito anos de atividades. Ela mobilizou 16 pares na exibição desta sexta na Aldeia Amazônica. A coordenadora do grupo, Jaciara Lobato, informou que o tema da quadrilha foi "Triângulo Amoroso", em meio a quatro meses de preparação. O estilista e coreógrafo Jeferson Ferreira, também marcador do grupo, foi uma atraçã a parte. Ele vestiu uma indumentária com a figura de três santos juninos: Santo Antônio, São João e São Pedro.
"O tema aborda a ideia de que se pediu ao padre para casar três pessoas, mas ele não quis. Aí, estamos pedindo para a Santíssima Trindade Junina", afirmou Jeferson. Ele monta quadrilhas juninas no interior do Estado e essa é a primeira vez em Belém.
»Eu e ela (a namorada dele Ádria Bastos, 20 anos, estudante de Medicina) adoramos a quadra junina e as quadrilhas são a nossa cultura", destacou Bruno Evaristo Corrêa, 30 anos, estudante, ao lado de Ádria. "Como sou bailarina, eu venho para cá pela dança e porque esse espetáculo é a cultura da gente", arrematou Ádria.
Estavam também programadas para se apresentar, nesta sexta, no concurso, as quadrilhas: Moreninha da Campina (Icoaraci), Flor do Norte (Tapanã), Fúria Junina (Marco), Tradição Junina (Benguí), Rainha da Juventude (Cremação), Roceiros da Terra Firme (Terra Firme), Pai D’égua Nu Arraiá (Marambaia) e Roceiros Pé de Moleque (Icoaraci).