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‘Puro Sabor’: conheça a história do restaurante que conquistou o paladar dos moradores da Marambaia

O restaurante começou como uma simples "mesinha" na porta da casa da família Alves Ferreira

Amanda Martins

Quem costuma andar pelo bairro da Marambaia, em Belém, já deve ter ouvido falar, ou mesmo parado para se deliciar com as famosas tortas que são vendidas no restaurante Puro Sabor. No cardápio, a de Ninho com Nutella e Maria Isabel são as “queridinhas”, e competem a infinidade de salgados, sopas, coxinhas e as infinidades de comidas paraenses e tradicionais que são vendidas no lugar. 

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Mas o que poucas pessoas sabem é que o menu recheado de gostosuras guarda uma trajetória não “tão doce” e recheada de superações. Hoje, o estabelecimento tem dois andares e oferece um ambiente despojado com mesas ao ar livre,  porém, a história do Puro Sabor iniciou há 19 anos em um local muito menor, “uma portinha”, como relembra uma das proprietárias,  Ozana Alves Ferreira, de 48 anos. 

image Puro Sabor da Marambaia  (Amanda Gaspar / Especial O Liberal)

Tudo começou quando a família com seis filhos realizou um empréstimo para reforçar a antiga casa. Segundo Ozana, por mais que todos trabalhassem, o dinheiro era curto para conseguir pagar o financiamento, foi quando ela teve a ideia de começar vender comida na porta de casa com mais uma irmã. 

“A gente sabia fazer doce muito bem, as pessoas da família, nos aniversários, sempre elogiavam. Falei para ela que no dia de domingo, que era a nossa folga, podíamos colocar para vender e com o dinheiro pagar o empréstimo”, relembrou.

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Foi na tarde do dia 17 de outubro de 2004 que as irmãs entenderam que o empreendimento poderia dar certo. “Colocamos um bolinho, uma vasilha de arroz com galinha, pudim e Maria Isabel para vender na porta de casa pensando que os clientes iam comprar e levar. Em meia hora tínhamos vendido tudo. As pessoas começaram a gostar e tivemos que fazer todos os dias”, contou Ozana. 

Segundo ela, a rotina não era fácil, porque as irmãs precisavam conciliar a rotina de trabalhar fora e continuar com as vendas. Ozana relembrou que durante muitos os alimentos e a mesa eram organizados no intervalo do serviço, e que várias vezes pensaram em desistir pelos desafios que enfrentaram no percurso.

“A gente fazia, vendia, lavava a louça, cortava os temperos. Depois de vender tudo, ainda lavamos as louças. Basicamente, eram só nós mulheres. Era tudo muito apertado. Teve uma hora que percebemos que não podíamos mais trabalhar fora se quisessem continuar”, disse Ozana.

Com as comidas se popularizando tão rápido no bairro, Ozana e os irmãos precisaram fazer investimentos em mesas e cadeiras, porque os clientes queriam comer no pequeno negócio, que não demorou muito para se chamar “Calçadão”. Mas já teve nomes como “Galinhão”, por causa do arroz com galinha, e “Marta”, em referência à uma das irmãs. 

“Pensamos em fazer uma lanchonete em baixo e a casa em cima, mas quando vimos não dava mais, porque a clientela não parava de aumentar. Foi quando surgiu a oportunidade de mudarmos para onde hoje estamos localizados”, disse, acrescentando que o local, inicialmente, era alugado, mas com muito esforço a família conseguiu comprar. 

‘Nunca precisamos fazer propaganda porque nossos clientes divulgavam’

Para Ozana, o que contribuiu para que o “Puro Sabor” se tornasse um sucesso foi a qualidade e o sabor dos produtos. Ela afirmou que as receitas das coisas “não tem muito segredo”, mas que sempre buscou inovar e agradar ao máximo aos clientes. 

E foram os próprios fregueses que realizaram o verdadeiro marketing dos produtos. Segundo ela, a empresa nunca gastou um centavo sequer com propagandas, pois os clientes divulgavam no “boca a boca”. 

“Eu me sinto muito feliz porque não foi uma coisa que a gente planejou, nunca pensamos em abrir um negócio. Foi um sonho de Deus para nós. Ficamos ainda mais felizes porque ajudamos outras famílias, a dos nossos funcionários”, declarou Ozana.

“São 38 ao todo e temos colabores finais de semana que ajudam a gente no sábado e no domingo. É uma grande rede de generosidade”, finalizou.  


 

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