Projeto de combate ao racismo nas escolas será lançado na próxima sexta-feira (10)
O lançamento do Projeto Seta ocorrerá com projeções em seis capitais brasileiras, simultaneamente, às 19h
O lançamento do Projeto Seta ocorrerá com projeções em seis capitais brasileiras, simultaneamente, às 19h
Nesta sexta-feira (10), data em que se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos, ocorrerá o lançamento do Projeto Seta (Sistema de Educação pela Transformação Antirracista), uma iniciativa em prol da educação antirracista no Brasil. Belém será uma das seis cidades a receber o lançamento, a partir das 19h.
O Projeto Seta é fruto de uma aliança entre a ActionAid, a Ação Educativa, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), Geledés - Instituto da Mulher Negra e a Uneafro Brasil. Entre suas ações, a iniciativa pretende desenvolver uma base de evidências multimídias das experiências vividas do racismo na educação e na sociedade brasileira em geral; facilitação de diálogos em escolas e instituições; mobilização de campanhas antirracistas em quatro áreas da educação: currículo, formação de professores, cultura escolar e financiamento.
Na data de lançamento, serão feitas projeções em seis capitais brasileiras (Belém, Brasília, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Porto Alegre), com mensagens, dados e reflexões da importância de combater o racismo nas escolas, enfrentar as desigualdades sofridas por pessoas negras e indígenas e promover equidade racial. As projeções vão ocorrer às 19h, de forma simultânea, nas cinco regiões do Brasil. Em Belém, as projeções serão feitas na rua Serzedelo Corrêa, em Nazaré.
A diretora de Programas da ActionAid Brasil, Ana Paula Brandão, afirma que o Projeto Seta nasce com uma capilaridade nacional e internacional e acúmulo de organizações que já atuam com a transformação social no país com diferentes iniciativas. “A ideia é que as projeções chamem a atenção da população nesse primeiro momento, com mensagens e imagens que explicitem a intenção dessa aliança para a educação antirracista. Entendemos a necessidade da escola ser o espaço de combate ao racismo, de oferecer o mesmo tratamento para crianças e adolescentes que vêm de lugares diferentes, de histórias diferentes”, pontua.
Suelaine Carneiro, Coordenadora de Educação e Pesquisa, de Geledés Instituto da Mulher Negra, explica que o projeto cria uma rede com objetivo de fortalecer identidades e garantir direitos, propondo o rompimento de imagens negativas forjadas no espaço escolar, e também, por diferentes meios de comunicação contra pessoas negras. “Tem muita coisa que precisa ser reformulada na educação. A educação popular, a tradição oral, os valores civilizatórios africanos devem ser inseridos nas práticas pedagógicas, pois fazem parte de nossa construção social”, afirma.
Entre os principais objetivos do projeto, estão propor uma educação antirracista, fazendo valer a implementação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) alterada pelas Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 e das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola (2012) e para a Educação Escolar Indígena (2012). O projeto também visa construir solidariedade entre movimentos de base, promover cooperação internacional sobre educação antirracista nutrindo uma rede global de ativistas, fortalecer a atuação de defensores e pesquisadores do campo, com soluções práticas, intercâmbios de aprendizados, processos formativos e estimulo a ações protagonizadas por adolescentes, jovens, núcleos acadêmicos, governos e organizações da sociedade civil.
Denise Carreira, coordenadora institucional da Ação Educativa, destaca que apesar das Leis existentes, a prática não é aplicada. “Ainda há uma imensa resistência na sociedade e nos sistemas de ensino à implementação dessas conquistas legais. A mudança que almejamos é paradigmática e exige constituir um processo de transformação global que aborde as diferentes dimensões das escolas e das políticas educacionais. O Projeto Seta pretende contribuir para essa transformação, com base na lutas do movimentos negros, quilombolas e indígenas do país, afirmando que a superação do racismo é central para a democracia e um desafio do conjunto da sociedade”, acrescenta.