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Professora cria projeto que ensina libras para alunos com necessidades especiais

Projeto “Histórias Remendadas” dá versão ao conto “João e Maria” na Língua Brasileira de Sinais

Redação integrada do O Liberal

Com o objetivo de interagir e atender estudantes da rede municipal de ensino de Belém com necessidades especiais durante o distanciamento social, a professora Ellen Brasil criou o projeto “Histórias Remendadas”, que envolve a reprodução e expansão do conto “João e Maria” na Língua Brasileira de Sinais (Libras).

O projeto foi desenvolvido com ajuda de um grupo de WhatsApp, onde participam os responsáveis dos alunos. O apoio das famílias foi fundamental. A educadora, que há oito anos atua na Escola Municipal de Ensino Fundamental Anna Barreau Menineia, em Mosqueiro, postou um vídeo reproduzindo a clássica história, utilizando de personagens e cenário feitos de EVA.

Em um determinado ponto do vídeo, Ellen pede que os alunos dessem continuidade ao conto criando um novo personagem e contando sua parte da história em libras. As crianças logo fizeram seus vídeos e os compartilharam com a professora.

Lições de integração


Ellen relata que o projeto permitiu o ensino de libras à distância e integração de todos os alunos. “Entre os meus alunos, há um deficiente auditivo. Imaginei que seria complicado para ele compartilhar histórias em libras aos outros alunos que não conhecem a língua de sinais. Assim, selecionei alguns alunos para apresentarem, em libras, trechos criados para a história, a fim de interagirem com seu colega com deficiência auditiva. Foi muito interessante o empenho dos alunos e a participação das famílias”.

Com bons resultados, a professora relata que a forma lúdica de ensino move a todos os alunos.  “Tenho alunos com deficiência intelectual que têm dificuldades de lembrar histórias ou ter estímulos criativos. Porém, com a ajuda dos responsáveis, eles conseguiram soltar a imaginação e contar a história que desenvolveram. Isso me impressionou bastante”, contou.

A pedagoga Antônia Freitas, mãe de Vitória Nascimento, de 18 anos, que é deficiente intelectual e tem dislexia, conta que o projeto foi muito importante para estimular a imaginação de sua filha. “Foi surpreendente ver a Vitória finalizar a história, viajando no seu próprio imaginário. Foi um momento maravilhoso. Hoje conto uma história e ela já pede para terminar de contar. O distanciamento social deixou minha filha ansiosa, porém o projeto da professora Ellen acabou se tornando uma terapia para ela”, comemorou a mãe.

Belém