Praças de Belém revelam descaso com espaços públicos
Moradores denunciam falta de manutenção em duas praças de Belém, locais que deveriam servir ao lazer e integração de crianças e adultos
Moradores denunciam falta de manutenção em duas praças de Belém, locais que deveriam servir ao lazer e integração de crianças e adultos
Espaços que deveriam servir para encontros e lazer de famílias, reunindo pessoas de todas as idades a qualquer hora do dia ao longo da semana, muitas praças na Cidade de Belém apresentam-se descaracterizadas ou, na melhor das hipóteses, necessitando de revitalização urgente. Um exemplo de descaracterização é o que se pode ver na Praça Henrique Santiago, a praça central do Conjunto Cordeiro de Farias, no bairro do Tapanã. E outro, que retrata bem a carência de revitalização, inclusive, com atenção do ponto de vista ambiental por inteiro, é a Praça Batista Campos, no bairro de mesmo nome.
Na praça central do Conjunto Cordeiro de Farias, que também deveria atender os moradores dos conjuntos Zoé Gueiros e Raimundo Jinkings, em cerca de um quilômetro em linha reta na rodovia do Tapanã e avenida Perimetral, a população se ressente de falta de atenção por parte da Prefeitura de Belém. Isso porque o logradouro sofre com o acúmulo de lixo e de barracas de vendedores ambulantes que precisam ser ordenadas na área.
As barracas e veículos usados para a venda de lanches e refeições ocupam praticamente todos os espaços da praça. No local, é possível ver confecções expostas em varais improvisados, churrasqueiras e pias instaladas na áreas que deveriam ser de livre circulação e muitas outras irregularidades. Não sobra quase espaço para as pessoas transitarem na área. Uma rampa de skate foi praticamente tragada por barracas, e próximo dela, um "esqueleto" de um velho escorregador lembra vagamente o que o espaço oferecia outrora. Moradores indicam que mesmo com dificuldades, as crianças da área comparecem ao local para brincar. Só que os únicos brinquedos bons e em condição de uso são os pagos, o que compromete o acesso de muitas delas.
"Falta a Prefeitura zelar e as pessoas também cuidarem da praça", enfatiza a costureira aposentada Nazaré Cardoso, 64 anos, moradora há 37 anos do conjunto Zoé Gueiros, que frequentemente costuma cruzar a praça.
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Na avaliação de alguns moradores, o espaço "não parece uma praça". "É muito triste ver tudo isso acontecendo e a gente ter que ir passear em outros locais, porque aqui não tem segurança. Está tudo assim, desordenado e perigoso", declara uma dona de casa que reside no Cordeiro de Farias há 25 anos.
A falta de cuidados com as praças em Belém não se restringe ao bairro do Tapanã, na periferia da cidade. Existem problemas visíveis no centro da capital paraense, como na famosa Praça Batista Campos. "As praças estão abandonadas, sujas, falta cuidar desses espaços. Aqui na Praça Batista Campos, por exemplo, os lagos estão imundos", diz a professora aposentada Arlete Gomes, 65 anos.
Para José Carlos Jaccoud, estudante de Engenharia de Petróleo, de 22 anos, "o que falta na Praça Batista Campos é a Prefeitura zelar, fazer a manutenção, promover a educação ambiental, e, por outro lado, as pessoas não jogarem lixo nos lagos,não fazerem pichações". Na manhã desta terça-feira (5), um dos lagos da praça amanheceu 'enfeitado' com garrafas pet vazias de água mineral. Uma pessoa que trabalha no local fez o alerta de que é preciso evitar a praça em alguns horários dada a quantidade de assaltos. Ela também chama a atenção para a deficiência da iluminação do espaço e a condição precária de alguns trechos de pontes sobre lagos, que estão deteriorados.
Sobre a questão estrutural das praças, a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) informou que “enviará uma equipe aos locais citados para verificar as condições de cada um e tomar as medidas cabíveis”. Sobre a denúncia de falta de segurança, a Guarda Municipal de Belém (GMB) informou que "a praça Henrique Santiago, no Tapanã, recebe rondas por meio de motos e viaturas da inspetoria da área”, enquanto a praça Batista Campos conta com um posto do órgão que funciona 24 horas, além de rondas e reforço do efetivo nos finais de semana, durante os horários de maior movimento.
Ainda sobre as demais estruturas paisagísticas da praça, a reportagem também demandou a Prefeitura de Belém, para solicitar posicionamento Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma). Não houve retorno até o fechamento desta edição.