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Ponto de Apoio: projeto voluntário promove inclusão e lazer para pessoas com deficiência e idosos

No Dia Nacional do Voluntariado, celebrado neste domingo, 28, passeio ciclístico adaptado atrai o público, no Parque Estadual do Utinga

Camila Guimarães

Neste domingo, 28, Dia do Voluntariado, é dia de celebrar a proatividade de pessoas que se dispõem a servir ao próximo com aquilo que têm de melhor: empatia e solidariedade. No Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna, um dos principais pontos turísticos de Belém, a manhã foi tempo de exercitar o voluntariado por meio do Ponto de Apoio, projeto que promove passeio ciclístico gratuito para pessoas com limitações motoras.

A proposta, a princípio simples – de adaptar bicicletas com um pequeno carro lateral para transporte de passageiro – ganha outra dimensão sob o olhar de quem convive com algum tipo de deficiência ou limitação motora e enfrenta, diariamente, desafios ou mesmo privações em relação ao lazer na cidade.

Participante reincidente do Ponto de Apoio, Rebeca Lacerda, de 24 anos, diz estar feliz de voltar a fazer o passeio depois de dois anos em que o serviço ficou suspenso, devido à pandemia de covid-19: “É maravilhoso! Essa é a segunda vez que eu estou participando. Quando eu conheci o Ponto de Apoio, eu me apaixonei. Eu fiquei triste porque pararam, mas agora que estão de volta, eu estou aqui!”, comemora.

Rebeca tem distrofia muscular, doença genética progressiva que fez com que ela perdesse as funções motoras do pescoço para baixo por volta dos 11 anos de idade. Para ela, andar de bicicleta era apenas um sonho impossível, até conhecer o projeto: “Eu nunca tinha andado de bicicleta. Era um sonho, como muitas pessoas têm, mas, pra gente, só dava para ficar desejando, até conhecer o Ponto de Apoio. É uma sensação maravilhosa”, descreve.

A mãe de Rebeca, Maria Lacerda, de 50 anos, comenta que é muito difícil encontrar iniciativas e locais acessíveis, com adaptação, para desfrutar do lazer com a filha, que tem disposição o bastante para não ficar em casa: “Ela é muito ativa. Mesmo tendo ido dormir tarde ontem, cedo ela já estava acordada para vir pra cá. Ela gosta de participar de tudo o que pode, mas infelizmente, são poucas as iniciativas como essa”, comenta Maria.

Para o voluntário Filipe Lisboa, um dos responsáveis por conduzir as bicicletas, a alegria dos passageiros é retribuição mais que suficiente pelo trabalho que realiza: “Sempre que a gente faz uma pessoa feliz, isso é muito gratificante. Eu sou voluntário desde o início do projeto, em 2018. Já era ciclista, então gostei muito da proposta, por isso, estou aqui até hoje”.

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De acordo como voluntário Filipe Lisboa, o trabalho tem crescido ao longo dos anos, desde sua criação, em 2018, porém, após o tempo parado por causa da pandemia, a equipe tem sentido falta de mais pessoas engajadas:

“O nosso projeto está voltando e, por isso, estamos precisando de voluntários, principalmente de voluntários condutores de bicicleta, porque são bicicletas adaptadas, que tem suas particularidades, então é preciso de um treinamento. Qualquer pessoa pode se voluntariar, mas é importante que a pessoa tenha comprometimento”, enfatiza.

Filipe orienta que interessados entrem em contato pelas redes sociais do Ponto de Apoio para se voluntariar. Atualmente, o projeto conta com sete bicicletas adaptadas em funcionamento e mais duas em manutenção. Os passeios acontecem duas vezes ao mês, em fins de semana intercalados, fazendo pelo menos 15 viagens por dia. A iniciativa é totalmente voluntária e sem fins lucrativos.

Para conhecer mais sobre o Ponto de Apoio e saber como contribuir e participar, acesse as redes sociais do projeto: instagram.com/pontodeapoiopa e facebook.com/PontodeApoioPA.

Belém