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'Pensei que ia morrer', diz Padre Ramos ao contar experiência com a covid-19

Sacerdote passou 11 dias internado e lançou livro sobre a vivência com a doença

Eduardo Rocha

“Foi uma vivência de cruz e ressurreição uma experiência de ressurreição”. Assim o padre José Ramos das Mercês, 61 anos, há 31 anos como sacerdote da Igreja Católica completados nesta terça-feira (25), define a experiência que teve ao ser contagiado pelo novo coronavírus em meados de abril. Essa vivência com a covid-19 ele relata no livro “A Quarentena de um Sacerdote: 11 dias de um pequeno calvário”, que lança à noite de hoje (25) no Atendimento da Basílica Santuário de Nazaré, no centro de Belém. Amigos e admiradores do trabalho religioso e social desenvolvido pelo padre compareceram ao evento.

Natural do Município de São João de Pirabas, padre José Ramos é um dos mais queridos integrantes da Arquidiocese de Belém. Ela exerce atualmente a função de superior provincial dos Barnabitas do Norte e administrador das Obras Sociais da Paróquia de Nazaré (OSPAN).

Em meados de abril, foi atingido pela covid-19. “Eu comecei a me sentir mal em 16 de abril e, no dia 28, fui internado no Hospital da Beneficente Portuguesa, onde passei 11 dias”, lembra padre Ramos.  Ele ficou isolado em um apartamento, sentindo-se muito cansado. Mas não precisou ser entubado. “Quando fui internado pensei que fosse morrer, porque naquele momento a Saúde estava em colapso e era o pico da pandemia”, ressalta.

Como lição desse tempo de luta contra o coronavírus, padre José Ramos observa que a cura não é apenas dos pulmões, mas também da sensibilidade, do olhar o mundo, as pessoas, o Círio, os devotos”, como pontua. “É a cura do olhos e do coração”, acrescenta.

Cuidados

Padre José Ramos reforça a recomendação de que as pessoas devem fazer todas as medidas preventivas contra a covid-19. “No mínimo, usar máscaras, lavar bem as mãos e manter o distanciamento social”.

No livro, o padre faz revelações contundentes. “Nunca fui um tipo fácil ao pranto (...). E eis-me agora tomado, frequentemente, de incontrolável comoção a ensopar lenços de papel”. “Meu Deus, uma virose que arrisca nosso corpo, nossa psique e nossa alma!”. “De jeito algum continuar assim!”, ao se manter no propósito de lutar pela vida.

Belém