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Pediatras podem deixar de atender na UPA da Terra Firme

Diante do risco no atendimento às crianças neste final de ano, Sindmepa convoca reunião

Cleide Magalhães

Pediatras que atendem na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Terra Firme, na avenida Perimetral, em Belém, podem deixar de atender a população na Unidade, a partir de janeiro de 2020. Segundo os pediatras, o comunicado foi feito por decisão do Departamento de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). Inconformados com a possibilidade, uma equipe de pediatras acionou o Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa). Para discutir o problema, a entidade convocou os pediatras e a Sesma para reunião na manhã desta quarta-feira (18), na sede do Sindmepa, em Nazaré. A Sesma alega que o documento foi interpretado equivocadamente pelos médicos plantonistas da UPA da Terra Firme e que já reuniu com o profissionais para esclarecimentos.

Apesar do risco iminente de complicação para o atendimento neste fim de ano na Unidade, Wilson Machado, diretor de Comunicação e Tributação do Sindmepa, avalia que a reunião foi positiva. “Avançamos bem e o atendimento deverá continuar normal. Não acho que deve prejudicar o atendimento de fim de ano, porque a conversa foi boa e os médicos deram um passo atrás para tentar entendimento”, enfatiza.

Machado explica que na UPA da Terra Firme há dois pediatras por plantão e a gestão da Sesma chegou à conclusão de que não há necessidade de ter pediatras. Mas, sim, médicos generalistas que também façam o primeiro atendimento em pediátrica e, caso necessário, encaminhe o paciente para atendimento de referência.

“A Sesma acha que é uma desproporção de fluxo entre algumas especialidades médicas como Pediatria, Clínica Médica e Traumatologia, e que na UPA os médicos devam ser generalistas e especialistas, embora os médicos generalistas façam o primeiro atendimento nessas áreas e, dependendo do diagnóstico, encaminhar para a onde haja a especialidades. Ela alega porque o fluxo de pacientes em Clínica Médica é maior que em Pediatria e usaria melhor os plantões de um pediatra na clínica médica”, explica Wilson Machado.

Para o Sindicato, esse conceito é novo e entra em discussão até ano que vem. “Essa discussão está começando, pois foi dito, inicialmente, à sociedade que o hospital ia atender nas especialidades de Pediatria, Clínica Médica. Isso requer algumas reuniões para a gente entender como vai funcionar. Até janeiro teremos estudado para ver como vamos dimensionar o número de médicos para o fluxo de atendimento. O que não pode acontecer é a redução no número de profissionais que possa prejudicar o atendimento do fluxo de pacientes na UPA da Terra Firme. Temos que ter médicos generalistas que sejam em quantidade suficiente para atender o fluxo. E vamos sentar para analisar com cuidado, com olhar que beneficie o usuário sempre”, reitera o dirigente da entidade.

Ainda segundo ele, generalistas são médicos que atendem clínica de adultos e crianças inclusive pequenas causas e traumas, “que é o que a UPA faz, que é o primeiro atendimento para verificar se há fratura ou não, e encaminha para o PSM”. Ou, em caso de Acidente Vascular Cerebral (AVC), “o generalista sabe fazer o diagnóstico e encaminha para o PSM para fazer exames específicos e onde tem neurologista de plantão”.

Os pediatras que atendem na UPA da Terra Firme são prestadores de serviços. Com a possível mudança, eles podem ou não ser redistribuídos na rede de atendimento da Sesma, de acordo com a necessidade desta especialidade. Ainda na reunião, também segundo o sindicato, a Sesma informou que os pediatras também fazem plantão em clínica médica e poderiam fazer plantão de generalistas.

Resposta

A Sesma, em nota, informa que o documento elaborado pelo Departamento de Urgência Emergência foi interpretado equivocadamente pelos médicos plantonistas da UPA da Terra Firme. "Por isso, já reuniu com estes profissionais e o Sindicato do Médicos para os devidos esclarecimentos".

Ainda segundo a Secretaria, "o documento em questão é claro quanto à normatização do quantitativo de profissionais atuantes na operacionalização do serviço, considerando as portarias federais vigentes, a fim de garantir um padrão de qualidade para todas as UPAs de Belém".

A Sesma ressalta que todas as necessidades serão atendidas, conforme a demanda apresentada, a fim de otimizar recursos e dar celeridade no atendimento. Diz ainda que as UPAs "continuarão com médicos em todos os setores (pronto atendimento, unidade de reanimação) para melhor atender a população de Belém".

Belém