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"Papa Francisco tem legado de esperança para a Amazônia", diz cônego Ronaldo

Nesta segunda (13), o argentino Francisco completa uma década de pontificado

Eduardo Rocha

Os dez anos de pontificado do papa Francisco, a serem completados nesta segunda-feira (13), são comemorados pelo Clero na Arquidiocese de Belém. "O papa Francisco tem um legado de esperança para a Amazônia", enfatiza o cônego Ronaldo Menezes, pároco de São Geraldo Magela, no bairro de Val-de-Cans, em Belém. A década de atuação do papa Francisco ocorre em um momento muito especial da Igreja Católica: o transcurso da Quaresma, momento de reflexão acerca da vida ligada a Deus, que terminará na Quinta-Feira Santa (6 de abril), dias antes da Páscoa do Senhor, em 9 de abril. 

"Não há dúvida de que o Santo Padre é uma escolha de Deus, pela mediação certamente da Igreja, obediência às normas canônicas, mas a escolha é de Deus; nesse sentido, o Santo Padre tem uma ação divina neste contexto mundial, porque a sua palavra tem sido orientadora e norteadora para muito discernimentos, para muitas ações, como também para a segurança em muitos temas que hoje atormentam a comunidade mundial, e o papa tem sido essa palavra de firmeza, de conciliação, de solidariedade, mas também uma palavra de orientação segura contra os pecados", observa o cônego.

Acerca da contribuição de Francisco para a Região Amazônica, o cônego Ronaldo Menezes destaca que o papa tem dado muita atenção  ao Brasil, assinalando que o Sumo Sacerdote esteve presente na Jornada Mundial da Juventude no Rio de janeiro (em 2013), e, antes mesmo de ser investido no cargo, na Conferência de Aparecida (SP) e é um dos redatores do documento de Aparecida. 

"E quando os bispos do Brasil, da Região Amazônica, se reuniram aqui, em Belém, e sugeriram um encontro da Igreja voltado para a Amazônia e, quando levaram ao Santo Padre esse seu desejo, o papa imediatamente convocou o Sínodo para a Amazônia, ou seja, a resposta dele foi rápida, imediata e pontual; ao tocar na Amazônia como um todo, ou seja, apenas com enfoque na Amazônia, ele demonstrou o quanto a Amazônia está entre as suas preocupações", pontua o cônego Ronaldo Menezes.

O Sínodo para a Amazônia foi realizado em outubro de 2019, em Roma, com a participação dos bispos da região, incluindo o arcebispo metropolitano de Belém, dom Alberto Taveira Corrêa. Dom Alberto,  dom Antônio Ribeiro (bispo auxiliar de Belém)  dom Antônio Ribeiro (bispo auxiliar de Belém) e bispos do Regional Norte II da CNBB visitaram o papa em junho de 2022. O governador do Pará, Helder Barbalho, em Roma, entregou a Francisco camisas do Clube do Remo e do Paysandu Sport Club, em outubro de 2019.

Essas preocupações do papa com a Amazônia não se restringem ao aspecto de espaço geográfico, mas como lugar da Evangelização que precisa de atenção maior da Igreja, e o papa respondeu a isso. "O seu legado para a Amazônia e, portanto, um legado muito positivo, e o legado de grande esperança para todo este território", acrescenta o cônego.

Capacidade do papa em dialogar impressiona a todos

O cônego Ronaldo Menezes revela que o que mais lhe chama a atenção no papa Francisco é a capacidade que ele tem de "dialogar com todo mundo". "A sua capacidade de diálogo é impressionante, e nesse diálogo as aberturas que ele favorece e as propostas de conciliação que nessas aberturas aparecem, tudo isso chama a atenção, porque um homem, como o papa, com a idade que tem, com a saúde delicada que tem, ele consegue aglutinar os interesses mais candentes de todos nós que aspiramos o bem de todos, que queremos o bem, não só o bem da Igreja, do Planeta, mas o bem da humanidade que neste planeta pequenininho está vivendo, e, por vezes, se digladiando por coisas tão minúsculas; o papa chama a atenção para a nossa responsabilidade para com todos, com o social, com o político, com o meio ambient, mas, sobretudo, com a fé", ressalta.

Francisco: "Um papa próximo do povo de Deus", como diz padre Cláudio

Na avaliação do padre Cláudio Pighin, a Igreja Católica vive um momento expressivo com os dez anos do papa Francisco. Ele afirma que o papa Francisco marca de maneira definitiva a história da Igreja por salientar a importância da Palavra de Deus encarnada nas pessoas. "A linguagem simples, prática, concreta, de estar próximo do povo de Deus; não é um papa longe, é um papa que está perto; por isso que ele sempre pregou essa proximidade", observa. 

Pighin revela que a partir do testemunho, da palavra do papa, passsou a começou a escrever um livro sobre o tema "Fundamentos Bíblicos para uma Teologia da Proximidade".

Acerca da relação do papa atual com a Amazônia, padre Cláudio Pighin assinala que Francisco sente a importância da região para o Brasil e para o mundo. "Porque é obra da criação de Deus, e essa obra da criação de Deus deve ser preservada, respeitada, não pode ser o lucro, o dinheiro, que manda acima de Deus". Semelhante a fiéis no mundo inteiro, os bispos em Belém, no Pará, na Amazônia e no Brasil como um todo celebram a primeira década do pontificado do papa Francisco.

 

Belém