MENU

BUSCA

Pais maduros celebram alegria de viver com filhos; vídeo

Rebentos trouxeram novas experiências compartilhadas no dia a dia

Eduardo Rocha

Redescobrir a paternidade na faixa dos 50 e até dos 60 anos faz com que muitos homens ganhem um sentido especial de vida, inclusive,  demonstrando que "no coração de pai sempre cabe mais um". Esse amor verdadeiro do genitor é demonstrado, por exemplo, no dia a dia pelo advogado aposentado, capitão de longo curso da Marinha Mercante e atuou como professor, Alberto Costa, 83 anos de idade. Até porque quando tinha 62 anos, viu nascer seu terceiro filho, Igor Alberto Costa, hoje com 20 anos de idade e estudante de Direito. "Eu estou vivo por causa desse menino; com o nascimento dele, ganhei nova vida, ma nova esperança de vida mais longeva", declara, emocionado, Alberto.

"É emocionante, porque eu nunca imaginei, na minha vida, que eu seria pai de novo, no terceiro filho, aos 62 anos de idade", afirma seu Alberto. E a recíproca é verdadeira. "Ele é um pai maravilhoso, atencioso, cuidadoso", afirma Igor. O rapaz foi diagnosticado com Transtorno do Especto Autista (TEA)/Síndrome de Asperger e, com sua memória fantástica e alto grau de inteligência, tem proporcionado momentos intraduzíveis de felicidade para os pais (a mãe chama-se Terezinha Prado, 52 anos). Tanto que o pai, Alberto Costa, não deixa de relatar as conquistas desse e dos outros dois filhos, ainda no primeiro casamento. No caso, o médico cardiologista Alberto Freire, com 52 anos de idade, e o procurador e desembargador Marcelo Freire, 47 anos, que mora em São Paulo.

No Dia dos Pais, pai e filhos se confraternizam presencialmente ou por telefone. O paizão Alberto Costa relata que "quando o Igor nasceu eu chorava feito criança, tanta era a minha emoção de ser pai aos 62 anos de idade". Ele conta que ficou, então, preocupado em saber se conseguiria  acompanhar o crescimento do filho. Entretanto, disposição é o que não falta para esse pai maduro, morador do bairro de Fátima.

Quando Igor nasceu, o pai Alberto verificou na criança algo diferente e surpreendente como relata: "O bebê sorria escancaradamente e se coçava na barriga". Igor nasceu de forma precoce aos sete meses e duas semanas e chegou para reforçar o brilho dos outros dois filhos na vida de seu Alberto. O pai conta que aos seis meses o filho caçula assoviaba e murmurava algo inteligível, sempre sorrindo. Ele ficava em pé no berço, repetindo o que via no televisor, aos nove meses de idade. Começou a engatinhar aos cinco meses de nascido. Com um ano de idade, falava "papa" e "mami", entre outras palavras. Igor adorava assistir programas na TV, apontando para o aparelho, isso com um ano e quatro meses de idade. Aos dois anos, falava fluentemente, e, dois anos e três meses expressava-se acerca do Hino Nacional. Aos três anos de idade, lia tudo, inclusive, nas páginas de O Liberal, como relata o pai. O menino memorizava nomes de ruas e de lojas no catálogo telefônico entre outras ações.

Alberto Costa destaca que ninguém poderá descrever com exatidão o que é o autismo, senão os pais que convivem diariamente com um filho com essa característica. Igor Alberto Costa é estudante de Direito. Ele ingressou na Universidade da Amazônia (Unama) por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com uma nota de 980 e 1000 na Redação, como relata o pai Alberto. Por ter sido aprovado com nota superior a 900 no Enem, o rapaz pediu transferência para a Universidade Federal do Pará (UFPA), em Direito, a partir do segundo semestre de 2022. Ele chegou a ser classificado para cursos em outras instituições de ensino superior. Por esse perfil expressivo, Igor não deixa de cuidar do pai da mesma forma que é cuidado por seu Alberto.

De coração aberto

A emoção de ser um pai maduro é vivenciada diariamente por Luiz Henrique Guimarães, 53 anos de idade, morador do bairro do Guamá. Ele é supervisor de fundição na Albras, empresa do ramo de metalurgia no Município de Barcarena. Luiz é pai de cinco filhos, frutos de dois casamentos. Os dois filhos mais novos -- Luiz Guilherme, de cinco anos de idade, e Luiza Helena, de um ano e três meses - são do segundo casamento.

Os três outros filhos dele são: Malu Tuany, 32 anos, arquiteta; Luma Tamires, 27 anos, engenheira civil, e Luiz Henry, 19 anos, estudante de Direito na UFPA. Quando foi pai da primeira filha (Malu), Luiz Henrique tinha 21 anos de idade, e no nascimento da cacula (Luiza) ele estava com 52 anos de idade. "Foi um momento marcante. O nascimento de um filho, de uma filha, é algo que gera muita expectativa na gente. No caso da Luiza, o nascimento dela, entre outros aspectos, me fez ter coragem para entrar na sala de cirurgia no momento do parto, o que eu nunca tinha feito antes com medo de desmaiar". Luiz Henrique tem ainda a neta Eva, de seis anos, filha da primogênita Malu.

Um outro dado interessante desse pai maduro é que ele havia feito vasectomia (procedimento médico para não ter mais filhos, mas, depois, providenciou a reversão e teve os dois últimos filhos caçulas, ou seja, Luiz Guilherme (o pai estava, então, com 48 anos de idade) e Luiza Helena.

"A vida ensina muito para a gente. No caso do nascimento dos filhos mais novos eu me vejo um pai mais presente e, interessante, mais próximo de todos os cinco filhos", revela, emocionado, Luiz Henrique. Para ele, "ser pai é, em primeiro lugar, ser presenteado por Deus; minha principal missão é buscar qualidade de vida para que eu tenha saúde para usufruir do privilégio de ver meus filhos encaminhados e preparados para enfrentar a vida". Essa colocação funciona como um mantra não apenas para pais maduros, mas para todos os papais, paizinhos, pais, em qualquer idade. Isso porque pai é para sempre.

Belém