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Pacientes voltam sem atendimento do PSM do Guamá; casos graves estão sendo atendidos, diz Sesma

Profissionais de saúde paralisaram suas atividades na noite de segunda-feira; a previsão é que, até a próxima sexta-feira (13), o pagamento seja efetuado para que o atendimento seja retomado em sua totalidade

Dilson Pimentel e Camila Guimarães

Muitas pessoas que procuraram o Hospital Pronto Socorro Municipal (HPSM) "Humberto Maradei", no Guamá, em Belém, na manhã desta terça-feira (10), voltaram sem atendimento. É que, desde segunda-feira (9), os profissionais de saúde que trabalham no hospital paralisaram suas atividades. Eles alegam atraso no pagamento dos salários da categoria. A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informou que o HPSM do Guamáestá aberto e atendendo casos graves e moderados.

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Falta de pagamento de profissionais da saúde prejudica pacientes

Com a série de paralisações de profissionais da saúde em Belém, devido a atrasos no pagamento da gestão municipal, pacientes vêm sofrendo com a falta de atendimento e de procedimentos necessários, inclusive cirurgias.

Na segunda-feira, o Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa) publicou que os profissionais da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Marambaia e de Icoaraci paralisaram suas atividades. No mesmo dia, o HPSM do Guamá também suspendeu os atendimentos. A Sesma nega que a paralisação total de realização de cirurgias tenha acontecido e afirma que a situação dos atendimentos cirúrgicos já foi regularizada.

Quem já vinha sofrendo com esses problemas é a recepcionista Pryscilla Kellen Bentes, de 32 anos, que acompanha a dificuldade da mãe, Ana Regina Bentes de Souza, de 59 anos, para conseguir um leito cirúrgico em hospital público na capital.

“No dia 2 desse ano a minha mãe sofreu um acidente doméstico. Ela caiu e machucou o ombro. Como eu trabalho em horário comercial, só fiquei sabendo o que tinha acontecido quando voltei pra casa. Levei ela na UPA da Terra Firme, que é mais perto de casa, mas estava tudo fechado, porque os funcionários estavam em greve. Aí tive que pegar um aplicativo e ir para o PSM do Guamá, onde está funcionando, mas está muito cheio. Tem até pacientes esperando pelos corredores”, disse.

Pryscilla conta que, mesmo com alguma dificuldade, conseguiu que a mãe fosse atendida por um ortopedista de plantão no PSM do Guamá, que constatou que dona Ana Regina havia fraturado o ombro, sendo necessária a colocação de pinos por meio de um procedimento cirúrgico.

“Mas ela foi dispensada para casa porque o PSM não tinha um leito para ela ficar e só foi passado para ela um remédio para dor. Até agora estamos aguardando chamarem para a cirurgia, mas o hospital não está chamando ninguém porque está sem atendimento", contou.

"Já faz uma semana que ela está em casa nessas condições. Quando eu voltei no PSM para tentar uma providência, ainda me disseram que era mais seguro ela esperar em casa do que lá por causa de risco de infecção hospitalar. Mas tem muita gente, até em casos mais graves que ela, esperando sem conseguir a cirurgia. É um descaso”, completou.

Pryscilla diz que planeja pedir ajuda ao Ministério Público do Pará (MPPA) para tentar conseguir a cirurgia o mais rápido possível, enquanto sua mãe fica em casa, com dores, sem poder se cuidar sozinha nem fazer uma série de atividades antes comuns, como tomar banho e subir escada.

O que diz a Prefeitura de Belém

Na noite da última segunda-feira, a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informou que os procedimentos cirúrgicos já foram retomados na rede municipal de saúde.

Em nota, a Sesma afirmou que, na última sexta-feira (6), foi realizada uma reunião na sede do MPPA, na presença da promotoria de plantão, com a participação do secretário municipal de Saúde, Pedro Anaisse, e corpo técnico da secretaria, além dos representantes dos médicos traumatologistas e de seus advogados, no intuito de sanar as pendências que ocasionaram o atraso no repasse de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) para a categoria, bem como negociar o retorno dos serviços.

"Algumas questões foram levantadas pelas partes envolvidas e o acordo para retorno integral dos atendimentos na especialidade em questão foi encaminhado, tendo sido no mesmo dia regularizadas as autorizações via Sistema de Regulação (SISREG), sendo realizados 105 agendamentos que estavam em situação pendente na fila de espera. Os demais pacientes foram regulados gradativamente, de acordo com a disponibilidade de vagas.", detalhou.

A Sesma reforçou que está trabalhando em conjunto com os prestadores, no sentido de atualizar e diminuir o tempo na fila de espera para estes procedimentos cirúrgicos. Uma nova rodada de negociação foi agendada para o próximo dia 20.

"A Sesma ressalta, ainda, que durante a paralisação não houve suspensão total do serviço nesta especialidade, tendo ocorrido autorização/realização de cirurgias de traumatologia em adultos, porém em menor quantidade. Em relação à pediatria, esta não foi afetada e os demais casos graves ou urgentes, também foram encaminhados à rede estadual via Sistema Estadual de Regulação.", acrescentou.

Belém