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Nomes simples, curtos e bíblicos podem ser tendência entre os pais na hora de registrar em filhos em 2022

Miguel e Maria Alice foram os nomes mais registrados em Belém durante 2021. De acordo com a Arpen-Brasil, a tendência é que os nomes permaneçam no ranking dos mais escolhidos para o novo ano.

Laís Santana

Os nomes simples, curtos e bíblicos foram os mais escolhidos para o registro dos quase 2,5 milhões de recém-nascidos neste ano, segundo a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil). Pelo segundo ano consecutivo o nome Miguel foi o mais registrado no país, assim como em Belém, somando 28.301 registros. Já entre as mulheres, o nome Helena foi o mais registrado, com 22.859 registros. Na capital paraense Maria Alice foi o nome mais escolhido para as recém-nascidas, registrado 113 vezes nos Cartórios de Registro Civil. De acordo com a entidade, tudo indica que a tendência permanecerá para 2022.  

Outros nomes de meninos que ocuparam o ranking de Belém foram Heitor, Arthur, Gael, Samuel e Gabriel. Já entre as meninas, Laura, Maria Clara e Maite foram os mais buscados para registro de meninas. 

“O ranking dos nomes mais registrados no ano é o retrato dos gostos e preferências das famílias brasileiras ao longo do tempo, e mostra importantes variações em sua trajetória. Talvez pela situação que vivemos nos últimos dois anos, a escolha por nomes bíblicos tenha se acentuado, com a busca das pessoas por esperança e conforto diante das adversidades”, avalia Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen-Brasil. 

Segundo a Arpen-Brasil, exemplo dessa variação é o nome Gael, que até 2019 não figurava na lista dos 50 nomes mais escolhidos e, em 2020, passou a ocupar a 10ª posição da lista oficial dos Cartórios brasileiros, em 2021 já é o terceiro nome mais escolhido entre os meninos. O mesmo se aplica a Theo, 36º em 2019, sexto em 2020 e agora na sétima colocação. Davi superou seus concorrentes Davi Luca e Davi Lucca e se firmou na nona colocação. Novas tendências como Noah, Ravi, Isaac e Anthony começam a aparecer na lista dos 50 mais entre os meninos. 

Entre as mulheres a associação observa o mesmo, com o aparecimento de nomes curtos e bíblicos despontando na lista dos 50 mais. Neste cenário surgem Eloa e Liz, pela primeira vez ranqueados entre os nomes mais buscados entre as meninas. Preferência nacional, Helena segue à frente entre os mais escolhidos, seguido por Alice, Laura, Valentina e Heloísa, tendo entra elas apenas a variação de Marias, com destaque para Maria Alice, Maria Clara, Maria Cecília e Maria Julia. Sophia, Maite e Antonella também despontam como novidades.

Grávida de 8 meses, a técnica de enfermagem Laís Monteiro, de 28 anos, está aguardando com ansiedade a chegada do seu primeiro filho, previsto para nascer de parto normal em fevereiro de 2022. A criança receberá o nome de Miguel. 

A mãe relembra que no momento da escolha, feita junto com o pai da criança, surgiu a dúvida entre os nomes Theo, Arthur e Araão. “Theo e Arthur eu já tenho amigas que tem filhos com esses nomes, e Araão, irmão de Moisés, eu achei que era muito estranho. Então decidi colocar Miguel porque é um nome simples e eu acho um nome muito forte”, explica. 

O nome Miguel tem origem no hebraico Mikhael, formado a partir da junção dos elementos Mikhayáh e El, e significa “quem é como Deus?”. Este nome é citado cinco vezes na Bíblia como um arcanjo e para o cristianismo é tido como um símbolo de humildade diante de Deus. O arcanjo Miguel é mencionado como um dos principais protetores do povo e também como um líder do exército de Deus. O nome foi encontrado pela primeira vez em Portugal, no século II, através da variante Micael. Na Inglaterra medieval surgiu como Mighel e na Irlanda é considerado um dos nomes mais populares, adotados principalmente como Michael.

“Depois de pesquisar o significado eu resolvi deixar esse nome mesmo. Na minha família eu tenho muitos tios que tem o nome Miguel, só que não lembrava disso, como eles moram no interior a gente conhece mais por apelidos. Quando contei para família sobre a escolha do nome eles comentaram, mas como é um nome bonito e forte eu resolvi deixar mesmo, não vou mudar”, afirma Laís. 

Se o sexo do bebê fosse feminino, Laís conta que daria o nome de Maria Helena ou Maria Clara. 

Mudança de nome 

De acordo com a Arpen-Brasil, apesar do nome ser regido pela regra da imutabilidade, ou seja, deve se manter inalterado para segurança das relações jurídicas, existem exceções em lei onde a alteração é possível. Ela pode ser feita em Cartório, até um ano após completar a maioridade – entre 18 e 19 anos – sem qualquer motivação -, desde que não prejudique os sobrenomes de família. Também é possível a correção de nome quando for comprovado erro evidente de grafia no registro. 

No caso de pessoas transexuais, a mudança do nome pode ser feita em Cartório, sem a necessidade de prévia autorização judicial, apenas com a confirmação de vontade do indivíduo. As demais alterações, como exposição do nome ao ridículo ou proteção a testemunhas só podem ser feitas por meio de processo judicial. 

Já a inclusão do sobrenome, pode ocorrer nos casamentos, nos atos de reconhecimento de paternidade e maternidade - biológica ou socioafetiva -, e nos casos em que os pais de filhos menores constatam, em conjunto, que o registro original não reflete todas as linhagens familiares. Já a retirada ou alteração do sobrenome pode ser solicitada pela pessoa viúva, mediante a apresentação da certidão de óbito do cônjuge

Belém