MP ajuíza ação contra os supermercados Nazaré por irregularidades na venda de pescado
Medida visa cobrar o cumprimento das boas práticas higiênico-sanitárias envolvendo pescado
Medida visa cobrar o cumprimento das boas práticas higiênico-sanitárias envolvendo pescado
O Ministério Público do Pará (MPPA) ajuizou uma Ação Civil Pública (ACP) contra os Supermercados Nazaré (Nazaré Comercial de Alimentos e Magazines) por conta da comercialização irregular de pescado nas unidades da empresa. O pedido de tutela de urgência, obrigação de fazer e não fazer e indenização por danos morais coletivos foi ajuizado nesta terça-feira (7).
A medida visa cobrar o cumprimento das boas práticas higiênico-sanitárias envolvendo o pescado.
O documento foi assinado pelas 1ª e 3ª Promotoras de Justiça do Consumidor, Regiane Ozanan e Joana Coutinho, e foi motivado por uma fiscalização da comercialização de alimentos sem procedência, feita pela Vigilância Sanitária de Belém, em 2021, que solicitou apoio do MPPA.
VEJA MAIS
A vistoria conjunta da Promotoria do Consumidor, Grupo de Apoio Técnico Interdisciplinar (GATI) e Vigilância Sanitária iniciou pelo supermercado Nazaré localizado na travessa São Francisco, no bairro da Batista Campos, ocasião em que foi identificado que o empreendimento realiza a manipulação de pescado resfriado e comercialização deste e do peixe congelado.
Conforme aponta o MP, a inspeção aos supermercados da capital constatou diversos problemas, como produtos de origem vegetal não registrados na Agência de Defesa Agropecuária do Pará (ADEPARÁ) e Ministério da Agricultura; além de pescados (peixes, mariscos e crustáceos) sendo estocados, manuseados e comercializados de forma irregular.
A vistoria registrou ainda outro ponto preocupante: a câmara de estocagem inadequada, com goteiras e higiene precária. Tudo isto somado às denúncias que a Vigilância recebeu sobre a comercialização de camarão salgado sem procedência em supermercados, o que foi confirmado no estabelecimento no dia da inspeção.
VEJA MAIS
Na época, as informações levantadas foram apresentadas pela Vigilância Sanitária à Promotoria do Consumidor e ao Grupo de Apoio Técnico Interdisciplinar (GATI/MPPA). Posteriormente, foi realizado um Procedimento Administrativo para averiguar a adequação dos registros dos produtos de origem animal perante os órgãos de fiscalização, as condições sanitárias de estocagem, manipulação, entre outros pontos.
Na ação, as Promotoras de Justiça do Consumidor Regiane Ozana e Joana Coutinho destacam que "a ausência de documentação exigida pela legislação em vigor é uma constante e quando a rede de Supermercados Nazaré apresenta alguma documentação, a realidade mostra que as Boas Práticas não são materialmente implementadas".
Diante das denúncias, o Ministério Público solicitou à justiça que sejam apresentadas cópias de todas as licenças sanitárias expedidas pela Vigilância Sanitária para cada loja do Nazaré durante os anos de 2021 e 2022.
Além disso, a promotoria solicitou ainda que a contratação de um responsável técnico para garantir as Boas Práticas higiênico-sanitárias nos estabelecimentos.
Também foi exigido que as unidades do Nazaré implementem o manual de Boas Práticas de Fabricação e os Procedimentos Operacionais Padrão, disponha de informações claras sobre marca, ingredientes, data de fabricação e validade, procedência do pescado e tabela nutricional dos produtos comercializados, entre outras medidas para garantir a qualidade dos alimentos, desde a conservação até sua venda.
Foi requerido ainda que a rede de Supermercados Nazaré se abstenha, imediatamente, de: comercializar produtos de origem animal ou vegetal sem registro nos órgãos de fiscalização; e de vender produtos de origem animal ou vegetal sem informações claras sobre sua origem.
O MPPA pediu ainda que, em caso de descumprimento das medidas liminares pleiteadas, seja determinado pela Justiça uma multa diária de valor não divulgado pelo órgão.