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Moradores festejam os 150 anos de Icoaraci

Quem mora no distrito destaca as características do lugar e também a necessidade de melhorias para a vida da população

Cleide Magalhães

O distrito de Icoaraci, que já foi chamado de “Vila Sorriso”, distante cerca de 20 quilômetros de Belém, comemora 150 anos de criação na próxima terça-feira (8). A localidade se destaca pela produção de artesanato em cerâmica marajoara e pela orla banhada pela Baia de Guajará. Para muitos moradores, essas são algumas razões para sentirem satisfação, orgulho e alegria de viver no lugar.

Mas eles também afirmam que Icoaraci não tem tantos motivos assim para sorrir, pois muitas pessoas, principalmente da periferia, ainda vivem diante do desafio de lutar por melhores condições de vida como saúde, limpeza, infraestrutura, transporte, habitação, emprego e outras. Roberto Oliveira é vendedor de água de coco na orla de Icoaraci há 35 anos. Ele, que vive no lugar há 25 anos, fala que é bom viver lá, principalmente pelo amor que sente pela orla, lugar ventilado, com restaurantes e água de coco. “Gosto de morar e trabalhar em Icoaraci. A orla é maravilhosa para pegar ar, tomar água de coco e prestigiar o final da tarde. Moro perto do quartel de polícia e não tem muita violência. A não ser na área da baixada.”, conta Oliveira, que é natural de Castanhal, nordeste do Estado, e mora há pelo menos 20 anos em Icoaraci com a esposa e filha.

A autônoma Célia de Souza, 49 anos, é natural de Salinas, nordeste do Pará, e também há 25 anos foi morar em Icoaraci. Ela fala que gosta da natureza e tranquilidade de Icoaraci, que na língua Tupi-Guarani significa "Mãe de todas as águas". “Gosto muito da calmaria de viver aqui. A orla é maravilhosa e vou lá todos os dias para passear, sentir a brisa, ouvir o barulho do rio. A violência e o acesso à saúde pública são alguns problemas, como ocorre em todo lugar do Brasil. Vejo que a segurança, em termos de policiamento e ronda, melhorou bastante, desde janeiro deste ano. Entendo que todo atendimento ao público tem que melhorar sim. Mesmo com isso, com a permissão de Deus, vou continuar vivendo e um dia vou morrer aqui”, disse Célia, que, com um casal de filhos, mora no bairro do Cruzeiro, que também dá nome a uma praia à frente de Icoaraci.

Belém