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Moradores do Guamá reclamam que estão sem água por conta de serviço da Cosanpa

Duas crateras estão abertas na rua Paes de Souza para a realização do serviço

João Paulo Jussara

Moradores de parte do Guamá reclamam que já estão há mais de uma semana sem água nas torneiras. Segundo a comunidade, o problema começou por conta de um serviço que está sendo realizado na rua Paes de Souza pela Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa). Duas enormes crateras estão abertas na altura da travessa Barão de Mamoré, atrás do cemitério Santa Izabel, onde técnicos da companhia trabalham desde a tarde de segunda-feira (19).

Na casa da aposentada Marisa Gomes, na rua Paes de Souza, as torneiras estão sem nem uma gota d'água há mais de sete dias. Para sobreviver, é necessário encher baldes de água na casa de um vizinho, que possui poço artesiano. Idosa, dona Marisa reclama das dores que sente ao carregar baldes e mais baldes para poder tomar banho e limpar a casa. Para beber e cozinhar, ela precisa comprar garrafões de água mineral. "É muito difícil viver assim", reclamou a moradora.

Já a autônoma Rosivalda Favacho, moradora da travessa Barão de Mamoré, está tendo um enorme prejuízo financeiro. Ela trabalha vendendo café em casa para ajudar a sustentar a família, de oito pessoas. Desde que o abastecimento foi interrompido, ela precisa comprar água mineral para poder trabalhar. "As vendas caíram demais", revelou. "Como eu preciso gastar um bom dinheiro comprando garrafão de água, o lucro caiu pela metade. Nós estamos desesperados. Eu só quero que isso acabe logo".

Em nota, a Cosanpa informou que está executando uma obra de remanejamento de rede no local, ou seja, uma nova rede substitui a antiga, que estava quebrada e com vazamentos ocultos. Nesta segunda, equipes da Cosanpa estiveram no local fazendo a religação dos moradores na rede nova. A antiga foi desligada. Para isso, é necessário que o morador faça uma atualização cadastral na companhia.

A companhia informou ainda que o abastecimento está normal. "Quem estiver com problemas deve procurar um dos funcionários que estão no local para que seja verificada a situação do morador", concluiu a nota.

Entretanto, a reportagem ouviu relatos de vários moradores das ruas Paes de Souza e Barão de Mamoré, que afirmaram que estão sem água nas torneiras desde que as obras começaram. Após o envio da nota, a reportagem acompanhou a moradora Marisa Gomes até o local onde os técnicos estavam trabalhando, conforme solicitado pela assessoria da companhia. Ao explicar sua situação, Marisa ouviu da técnica da Cosanpa que o abastecimento em sua casa poderia ter sido interrompido por conta de inadimplência.

A moradora voltou em casa para buscar sua conta de água, devidamente paga. A técnica, então, afirmou à aposentada que voltaria na manhã desta terça-feira (20) ao local, para verificar a situação da casa de Marisa. Outros moradores da vizinhança, que também estavam em situação regular, buscaram suas contas para provar que não são inadimplentes, e reclamaram da interrupção do abastecimento.

Questionada pela reportagem, a técnica Wilcilene Costa afirmou que, com o objetivo de acabar com um vazamento, a companhia desativou a rede antiga que estava instalada na região, deixando somente a rede nova. "Infelizmente, muitas pessoas ainda estavam ligadas na rede antiga. Hoje, a gente só tá passando para a rede nova quem está sem débito. Esse é o grande problema: no Guamá, a inadimplência é muito grande. Nós só vamos religar o abastecimento de quem estiver regularizado", concluiu. A especialista informou ainda que a obra deve ser finalizada, e as crateras devidamente tapadas, nesta terça-feira.

Belém