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Moradores do Guamá fazem caminhada pela paz

Manifestação pede por mais educação e o fim do extermínio do povo 'preto e pobre'

Dilson Pimentel

Moradores do bairro do Guamá estão realizando uma caminhada pela paz, na manhã deste domingo (26). A manifestação, pacífica, ocorre uma semana após a chacina de 11 pessoas, em um bar, na passagem Jambu, no domingo passado.

Raimundo de Oliveira, do Espaço Cultural Nossa Biblioteca, do Guamá, disse que a caminhada é para dizer não à "sucessão de crimes que abalam a nossa comunidade e que constrói o medo. Uma situação de não saber se vamos voltar vivos para casa. A política de terror tem que ter um fim", disse. Ele afirmou que, para a comunidade do bairro, segurança pública é a saúde funcionando e as escolas otimizadas. "A educação é a escada de ascensão do pobre. O massacre começa quando não se tem emprego, quando não se tem renda. O Guamá é um bairro de 94 mil habitantes. Mas não tem teatro, não tem museu, não tem cinema. É o bairro do não tem", afirmou.

Padre Paulinho, da coordenação da Comissão Pastoral da Terra (CPT - CNBB), disse que a caminhada "é o grito de basta à violência, basta da ausência de políticas públicas, basta de impunidade. É uma caminhada de construção de uma sociedade de paz, paz com justiça e respeito", afirmou. Representantes de entidades e movimentos sociais participam da caminhada. Eles dizem que a população deve ser "armada" com livros e não com armas de fogo e pedem o fim do extermínio do povo "preto e pobre".

Os moradores estão agora no bar onde houve a chacina. Colocaram 12 cruzes, simbolizando o número de mortos, e acenderam velas. Eles pedem paz. A 12ª vela representa o sobrevivente da chacina, que está em coma induzido e sob proteção da polícia.

Belém