Mercado da estética: o limite entre o bem-estar e o dano à saúde
Profissionais da estética falam do crescimento pela procura do serviço e também sobre os limites que devem ser considerados
Cuidar da beleza e da autoestima é um processo delicado, pois cada pessoa tem sua individualidade e essência interna. Em um mundo onde o mercado da beleza acaba causando superficialidade há o alerta para que as pessoas fiquem atentas ao limite até onde podem ir com a cobrança do corpo perfeito.
No início deste mês de novembro, a influenciadora Luana Andrade morreu e impactou os seus mais de 300 mil seguidores na rede social. Segundo a assessoria, a influenciadora de 29 anos sofreu paradas cardíacas durante um procedimento estético, uma lipoaspiração, no Hospital São Luiz, em São Paulo.
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A fisioterapeuta destaca que o mercado da estética na capital paraense se tornou mais aquecido com a chegada da pandemia, pois antes as pessoas que se organizaram para fazer uma festa ou viagem, com a pandemia não foi mais possível e começaram a investir na estética. “O consumo das redes sociais aumentou, reuniões online e lives. Tornou-se mais frequente e as pessoas começaram a se olhar e ficar mais exigentes com a aparência”, refelete.
Ana Paula de Aragão Lima, 33, é professora e estava certa de que iria fazer uma lipoespiração, mas durante as consultas e exames pré-operatório essa realidade mudou, pois ela começou a realizar novos hábitos de alimentação, exercício físico e procedimentos estéticos não invasivos.
"Eu já estava com quase tudo encaminhado para fazer, pois eu tinha uma gordura abdominal que me incomodava bastante, mas quando comecei a ir aos mèdicos eles me apresentaram várias modalidades de procedimentos que vi resultado e desisti de entrar em uma sala de cirurgia e passar por riscos”, disse a professora.
Atualmente, Ana Paula se sente satisfeita com o modo de vida que está aderindo. Lua Favacho, 27 anos, que trabalha com Estética e Cosmetóloga, diz que quando o procedimento compromete a saúde do paciente, tanto física quanto a mental, principalmente a mental, se torna prejudicial.
"Muitas vezes a pessoa não precisa daquele procedimento naquele momento, mas quer fazer porque a sociedade impõe, e todos nós temos nossas particularidades e limites, claro que quando você não está bem consigo mesmo tem que procurar melhorar sim, mas não porque a sociedade está impondo uma perfeição que não existe”, observa.
Lua acrescenta que os profissionais são ensinados a fazer uma ficha de anamnese e sempre procurar entender cada paciente, e o motivo pelo qual procurou, porque cada caso é único. “E aprendemos a escutar o paciente, que é o mais importante”, acrescenta.
Quando o trabalho é realizado de forma equilibrada, a profissional diz que é gratificante devolver a autoestima às pessoas. “Aquele sorriso no rosto de dever cumprido, não tem nada que pague esse momento e eu desejo que todos possam ter esse sentimento de autoestima elevada”, pontua Lua.