Ciaba mantém aulas e mães de alunos pedem suspensão de atividades

Mães de alunos oficiais da Marinha Mercante do Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar (Ciaba) estão preocupadas com seus filhos por causa do coronavírus. É que, até o momento, os alunos estão tendo aula normal, sem o isolamento social recomendado pelo Ministério da Saúde.

Ainda segundo elas, há professores e outros profissionais entrando e saindo todos os dias no Ciaba, localizado na avenida Arthur Bernardes, em Belém, para ministrarem suas aulas. Mães que fazem parte de um grupo de Whatsapp das turmas do primeiro, segundo e terceiro anos receberam informações de que há professores com suspeita de coronavírus e, ainda, um aluno. Por esse motivo, um grupo de mães esteve no final da tarde desta quinta-feira (19), no Ciaba, à procura de informações mais precisas.

"Entendo que a instituição é séria e segue regras. Mas até quando vão deixar nossos filhos assistindo aulas? Há turmas com quase 30 alunos. Por mais que nos digam que estão com as janelas das salas abertas, isso não é o suficiente. Os professores estão todos os dias em contato com nossos filhos. Que regra é essa que não atendem o isolamento social dos alunos?", pergunta, aflita, uma mãe de aluno. "Fomos até o Ciaba para uma explicação melhor sobre possíveis professores suspeitos, e até mesmo de alunos com coronavírus. Queremos isolamento total", acrescentou outra mãe.

"Apesar dos esforços do Ciaba, alunos e mães de proteger os militares aquartelados da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM), a Marinha do Brasil demonstra-se irredutível quanto à liberação dos alunos para suas casas, visto que isso pode vir a prejudicá-los no concurso prestado", afirmou ainda outra mãe. As mães ressaltam que os alunos estão aquartelados e não em quarentena - ou seja, eles são os únicos a ficarem presos dentro daquela organização militar, sujeitos a pegarem o vírus de qualquer outra pessoa seja civil ou militar.

A Marinha informou que o Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar (Ciaba), por cumprir regime de internato, com alunos advindos de diversas cidades do Brasil, suspendeu o licenciamento, inicialmente, por 15 dias, visando à manutenção da integridade física e proteção dos alunos, a fim de evitar exposições em deslocamentos para suas cidades de origem. As atividades escolares serão mantidas no período, seguindo as medidas de prevenção estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Os grupos de risco estão sendo preservados por meio de uma rotina de trabalho flexibilizada, bem como estão sendo adotadas medidas que garantam as adequadas condições de higienização individual de todos nesta organização militar. A Marinha do Brasil "reafirma o compromisso e a atenção em prover um ambiente de trabalho seguro ao seu pessoal, civil e militar, condição fundamental para o bom cumprimento de suas missões".