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Lixo e buracos de obra atrapalham o fluxo na avenida Padre Bruno Secchi, em Belém

A antiga Rua Yamada foi reconstruída há menos de três meses. Sesan explica o que será feito para solucionar os problemas no local

Camila Guimarães

A avenida Padre Bruno Secchi, antiga Rua Yamada, no bairro do Bengui, em Belém, passou por um projeto de reconstrução e foi entregue, reformada, há menos de três meses. Entretanto, descarte irregular de lixo doméstico e entulho, bem como buracos causados por obras na tubulação, são problemas que já fazem parte do dia a dia de quem transita na área. Moradores reclamam da insegurança no trânsito e cobram esclarecimentos do poder público.

Logo nos primeiros metros da avenida, no sentido de quem vai em direção à Icoaraci, por exemplo, os acostamentos, ciclofaixas e calçadas são tomados por lixo. Sofás, garrafas, fraldas, pneus, restos de alimento e até seringas podem ser encontrados, descartados a céu aberto. Além de configurar crime ambiental, segundo a Lei 9.605/1998, a prática também prejudica o trânsito seguro na área.

O pintor Adriano Anísio, de 24 anos, pedala todos os dias pela avenida para ir e voltar do trabalho, durante o dia e a noite, e relata como se sente tendo que disputar espaço com os carros na pista por causa do lixo: “Atrapalha muito porque corre risco de o carro bater a gente. Jogam o lixo no meio da ciclofaixa e o ciclista tem que andar no meio da pista. Não sei dizer se tem outro lugar para jogar [o lixo], só sei dizer que é uma imundície mesmo!”.

Mais adiante, um dos lados da via foi tomado por uma obra no sistema de tubulação que abriu buracos no asfalto, fazendo com que o trânsito, de mão dupla, precisasse ser desviado para um lado só da pista, causando lentidão e riscos de acidentes, tanto para motoristas quanto para pedestres e ciclistas, que também ficaram com o espaço de calçada e ciclofaixa prejudicados.

O metalúrgico Nilton Costa, de 52 anos, depende da avenida para chegar ao trabalho há cerca de 21 anos, desde antes da reconstrução, e lamenta o atrapalho da obra depois de a via ter sido entregue há tão pouco tempo. “É uma via que foi feita um dia desses, sendo que demorou demais, e já está sendo quebrada de novo. Por que não foi feito antes? Por que não quebraram antes? Era pra ter um planejamento. Mas não, depois da via pronta, ‘vamos lá quebrar de novo’, ‘vamos lá gastar dinheiro de novo’. E aí? Como é que fica?”, questiona.

Nilton diz que os serviços no local foram iniciados sem nenhuma consulta aos moradores da área e lamenta os riscos que a obra tem oferecido para quem, como ele, precisa passar por lá diariamente: “Não deram nenhuma satisfação para os moradores, eles só chegam e fazem. A passagem ficou estreita, não tem espaço para ninguém, a gente tem que ficar subindo por cima de um monte de barro para poder caminhar. E a gente quer entender. Quer que o poder público explique por que essa via, depois de pronta, está assim”, desabafa.

Obras na avenida seriam de responsabilidade de empresa privada

O Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM), responsável pela execução da obra de reconstrução da avenida Padre Bruno Secchi, concluída em 20 de fevereiro de 2022, foi consultado pela equipe de reportagem para esclarecer o que motivou a reabertura da pista para obras na tubulação.

Em ligação, a assessoria do órgão respondeu que, na verdade, os serviços que estão sendo feitos na avenida, atualmente, não são de responsabilidade do governo, mas se tratam de uma obra particular, cuja autorização e supervisão estaria a cargo da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan).

A Sesan, por sua vez, confirmou a informação, em nota, e informou que “a obra foi autorizada pelos órgãos competentes e que os reparos na via, após a obra, são de responsabilidade da empresa que está executando o serviço e estão previstos no projeto executivo”. Ainda de acordo com a nota, o serviço em questão possui 370 metros de extensão e prazo de 45 dias para ser executado. Tendo iniciado no dia 25 de abril, a obra deve ser concluída até o dia 8 de junho.

Avenida terá ação de fiscalização sobre descarte irregular de lixo

Sobre a prática de descarte irregular de lixo e entulho às margens da avenida, a Sesan informou que iniciou, nesta terça-feira (17), uma operação de limpeza urbana e manutenção de vias em todos os distritos da região metropolitana, e a avenida Padre Bruno Secchi faz parte do cronograma.

Em nota, a Sesan explica que “com a nova operação de limpeza, a avenida Padre Bruno Sechi receberá coleta de lixo domiciliar diária – exceto aos domingos –, coleta programada de entulhos, ação de educação ambiental e limpeza e conservação para evitar o acúmulo de lixo no local”.

A programação de educação ambiental, com orientação das pessoas sobre o manejo correto do resíduo domiciliar, está prevista para começar a partir de quinta-feira (19). Além da avenida Padre Bruno Sechi (do perímetro do Emaús até a John Engelhard), outros 10 trechos também receberão a visita de agentes ambientais, sendo eles: Av. Pedro Álvares Cabral, entre Arthur Bernardes e José Pio; Av. Pedro Álvares Cabral, entre São José e Barão do Triunfo; Av. Arthur Bernardes, entre Pedro Álvares Cabral e canal do Una;  Av. Bernardo Sayão, em frente à CATA; Av. Bernardo Sayão, entre José Bonifácio e Padre Eutiquio; Av. Pedro Miranda, entre Alferes Costas e Humaitá; Av. Marquês de Herval, entre Dr. Freitas e Alferes Costa; Av. Doutor Freitas entre Pedro Miranda e Pedro Álvares Cabral; R. Antônio Heverdosa, entre Estrella e Mauriti; Tv. Barão do Triunfo, entre Duque de Caxias e Pedro Miranda.

Sobre o descarte de entulho, a Sesan informa, ainda, que qualquer pessoa pode solicitar o serviço de retirada de até 1 metro cúbico de entulho por residência, por meio do “Zap Entulho”, que recebe apenas mensagens (não áudio ou ligação) no número de whatsapp (91) 98499-0059.

 

Serviço:

Zap Entulho

Coleta de entulho de até 1 metro cúbico por residência

Mensagens para: (91) 98499-0059

Belém