Lixão vira 'paisagem' em frente à Unidade de Saúde do Jurunas

Uma montanha de lixo, que mistura restos de alimentos, materiais de construção, atrai insetos e ratos e exala um mau cheiro que incomoda e entranha no nariz e nas roupas de quem precisa ir ao médico, trabalhar ou simplesmente passar pelo local. Essa é a realidade há cerca de cinco anos de quem passa em frente à Unidade de Saúde Municipal do Jurunas, que fica na Rua Fernando Guilhon próximo à passagem Monte Alegre, no bairro do Jurunas, em Belém.

“Essa situação incomoda tanto a gente que trabalha aqui quanto nossos clientes. Quando o carro do lixo vem juntar essa sujeira, logo já tem lixos de novo. O pessoal traz restos de boi, de galinha, coisas podres, os urubus vêm, pegam e carregam até para dentro da área da Unidade. Os fiscais da Sesan passaram cinco dias aqui, mas foi só virarem as costas que tudo voltou”, afirma Edimilson Souza, autônomo que voltou a trabalhar na área há um ano devido ao desemprego.

Como até hoje não houve uma solução, de fato, ele diz que autônomos da área fizeram uma proposta à Secretaria de Saneamento. “Falamos para a Sesan padronizar nossas barracas, a gente sai da calçada e vai para a beira da pista. Aí não iam mais jogar lixos em frente à Unidade de Saúde”, disse.

O problema afeta não somente os autônomos, mas também para quem busca de atendimento médico na Unidade, como é o caso de Luiz Ferreira da Costa, 72 anos, feirante no Ver-o-Peso e morador do bairro. “Todos os meses venho aqui na Unidade buscar minha medicação para pressão e essas coisas, e para falar com o médico tenho que me deparar com esse descaso. Isso não era nem para existir aqui. Só o que precisa é a fiscalização, pois tem muito lixo aqui que deveria estar na porta das casas, mas muita gente aproveita para deixar aqui na madrugada, quando chega a caçamba”, disse o idoso.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), diz que a coleta de lixo em frente ao posto de saúde do Jurunas é diária, "por se tratar de um ponto crítico de lixo". Segundo a secretaria, "o que ocorre no trecho é o descarte criminoso ocasionado, principalmente, pela ação de carrinheiros que despejam entulho na via". A nota não explica como funciona o trabalho de fiscalização do órgão no local. 

"A Prefeitura pede a colaboração de moradores da área para que não descartem lixo no local e nem paguem pelos serviços de carrinheiros. Denúncias podem ser feitas pelo número 156", encerra.