Homem com quase 300 kg pede ajuda para cirurgia bariátrica no Pará

Diagnosticado com obesidade mórbida, um paraense desempregado,  Eduardo Bruno Alves dos Santos, de 38 anos,  está aguardando na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Terra Firme conseguir passar por uma cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS).  Ele entrou em contato com o Grupo Liberal para pedir ajuda e autorizou o uso da imagem.

Por telefone, Eduardo contou  que pesa aproximadamente 300 kg e há nove anos  a mãe, uma idosa diabética, hipertensa, vivendo com úlcera varicosa na perna,  tenta sem sucesso um atendimento especializado para o filho.

Eduardo e a mãe não possuem parentes conhecidos na cidade, já que ela veio ainda muito nova morar na capital e acabou perdendo referências familiares. Desta forma, um depende do outro.  Por estar nessas condições, Eduardo enfrenta diariamente dificuldades para respirar e locomover-se, inclusive, antes de ser internado na UPA da Terra Firme  ele foi encontrado vivendo meses no chão de casa sem condições para se levantar sozinho por conta do peso. Por vezes, comendo e fazendo necessidades fisiológicas no mesmo local. 

Na última quarta-feira (13), a  equipe do SAMU foi acionada e com a ajuda do Corpo de Bombeiros Eduardo conseguiu ser “remanejado” para a unidade de atendimento, onde ele se encontra atualmente. 

Em entrevista ao Grupo Liberal, Eduardo informou que está sendo bem tratado na unidade e acompanhado da mãe, mas que no leito que encontra-se não há uma equipe necessariamente para atendê-lo.

“Quero muito conseguir uma bariátrica para melhorar a minha situação. Mal consigo respirar. É muito difícil viver”, afirmou.    

Ao OLiberal, a Secretaria Estadual de Saúde do Pará (SESPA) informou que não há demanda pendente do paciente Eduardo que foi encaminhada pela SESMA.  Por telefone, explicaram que a cirurgia bariátrica - que poderia ser realizada pelo Programa Obesidade Zero - só poderia ser realizada mediante indicação médica da UPA da Terra Firme, reforçando o quadro clínico do rapaz para que, somente assim, fosse analisada a possibilidade da cirurgia.  

Isso porque, o paciente com obesidade possui restrições e doenças que dificultam a realização das cirurgias, como diabetes e hipertensão. Então, nem toda indicação médica para a bariátrica está de fato apta a ocorrer imediatamente.  A cirurgia seria o último recurso utilizado no tratamento. 

Por nota, a  SESMA informou que Eduardo deu entrada na UPA da Terra Firma na semana passada com quadro de insuficiência respiratória. Após ser internado na unidade, o paciente conseguiu se restabelecer de um quadro de pneumonia. Inclusive, que o paraense já estaria cadastrado no Sistema Estadual de Internação (SER) para que possa ser transferido para uma unidade de referência para dar continuidade ao tratamento da obesidade mórbida.

“[...] A  Sesma reforça que Eduardo foi encontrado em uma situação de vulnerabilidade social pela equipe do Samu. [...]  Por esse motivo encontra-se restrito ao leito sem a possibilidade de se movimentar. Sua única acompanhante é sua mãe, uma senhora idosa que conta com a ajuda de vizinhos e integrantes de uma igreja para sobreviver. Ela relatou não ter condições financeiras e de saúde para cuidar do filho”, explicou o documento.