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Forte chuva que caiu esta tarde causou estragos em vários bairros

Pelo menos seis árvores caíram e alagamentos deixaram o trânsito difícil

João Paulo Jussara

Em apenas uma hora, choveu quase 15% do que era previsto para o mês de janeiro em Belém: de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), das 13h às 14h da tarde desta terça-feira (28), o volume de chuva chegou a 51,2 milímetros, com ventos que atingiram quase 50 km/h. O temporal causou estragos, alagamentos, e assustou moradores de vários bairros. Pelo menos cinco árvores caíram, e um carro foi destruído. O trânsito ficou caótico nas principais ruas da capital. Veja:


Foi no início da tarde, por volta das 13h, que o temporal começou a cair. 30 minutos após o início da chuva, que veio acompanhada de ventos fortes, vários pontos de alagamento já haviam se formado pela cidade, e as primeiras ocorrências de quedas de árvores começavam a ser registradas. A maior delas, da espécie Ficus Benjamina, medindo pelo menos quatro metros, caiu na travessa dos Apinagés, na esquina com o canal da travessa Quintino Bocaiúva, no bairro do Jurunas, em cima de um carro.

O dono do veículo, o educador físico Maurício Serra, disse que havia acabado de chegar em casa, por volta das 12h40, e estacionou o carro embaixo da árvore, para evitar a exposição ao sol. Pouco tempo após o início da chuva, ele foi surpreendido pelo grito dos vizinhos, avisando que a árvore tinha caído em cima de seu carro. "Nós já tínhamos comunicado para a Semma que essa árvore oferecia riscos, porque a raíz dela estava à mostra, e eles nunca mandaram ninguém aqui, nem mesmo pra fazer fotos", reclamou Maurício.

Já na travessa Angustura, entre as avenidas Duque de Caxias e Rômulo Maiorana, outra árvore da espécie Ficus também caiu, bem em frente a uma lanchonete. Vanderlei Cunha, que trabalha no local, disse que a queda ocorreu por volta das 13h50. Ele contou ainda que um cliente da lanchonete havia estacionado o carro exatamente onde a árvore caiu, e saiu do local cinco minutos antes do acidente, correndo risco de ser atingido pelo vegetal. "Graças a Deus não houve um acidente. Foi por muito pouco que não aconteceu uma fatalidade", afirmou o vendedor.

Além destas duas quedas de árvores, pelo menos outras três foram registradas pela reportagem: uma na rua Domingos Marreiros, entre avenida Alcindo Cacela e travessa 9 de janeiro, no bairro do Umarizal, outra na travessa Vileta, entre as avenidas Rômulo Maiorana e Duque de Caxias, no bairro do Marco, e outra na travessa Doutor Moraes, entre as ruas Mundurucus e Pariquis, no bairro de Batista Campos. Em alguns locais, como na travessa dos Apinagés, algumas árvores de médio porte ficaram condenadas, e os moradores precisaram interditar a área com faixas e cones para evitar a passagem de pedestres.

Alagamentos

Vários pontos da cidade ficaram alagados por conta do temporal. Na avenida Duque de Caxias, um grande alagamento deixou o fluxo de veículos parado na área próxima ao Hangar, no bairro do Marco. Na mesma avenida, no sentido centro, o trânsito também parou por boa parte da tarde.

Moradores citaram alagamentos e semáforos sem energia elétrica nas travessas Apinagés, Timbiras e Caripunas, no bairro do Jurunas. Na avenida Conselheiro Furtado, esquina com a passagem Guerra Passos, os carros desistiam de seguir pela via e voltavam pela contramão. Na rua dos Pariquis, próximo à travessa 14 de março, o alagamento também impedia o trânsito.

Mas foi na avenida João Paulo II, na altura da passagem Elvira, no bairro do Curió-Utinga, que um dos maiores pontos de alagamento foi registrado. Vários carros ficaram com as rodas completamente encobertas pela água, e muitos acabaram estancando. Várias pessoas se reuniam para empurrar os veículos em troca de dinheiro, cena que já se tornou comum na cidade quando chove.

Por volta das 15h, o mototaxista Evandro da Silva passava pela avenida João Paulo II, rumo à sua casa, no bairro de Fátima, quando desistiu de seguir pela via, que estava completamente alagada. "Não tenho como passar. Se eu for, a moto vai ficar danificada. É revoltante ter que passar por isso toda vez que chove. O poder público já deveria ter tomado alguma providência em relação a isso", disse ele.

De acordo com o coordenador do 2º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (2º Disme/ Inmet), José Raimundo Abreu, as chuvas devem continuar ocorrendo com frequência até o mês de abril. A previsão é de que nesta quinta (30) e sexta-feira (31), possa haver mais chuva forte, devido à Zona de Convergência Intertropical, que está oscilando acima da Linha do Equador, e à Alta da Bolívia, um anticiclone que ocorre na América do Sul e que favorece o escoamento de altos níveis da atmosfera.

Prefeitura e Bombeiros

Em nota enviada à reportagem, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) informou que fez intervenções em vários locais de Belém e verificou que a cidade continua com baixo índice de quedas de vegetais, graças à manutenção que realiza diariamente, de domingo a domingo.

Ainda segundo a Semma, no caso das quedas de árvores, a equipe do órgão rapidamente retalhou os galhos que haviam quebrado, liberando as vias para pedestres e veículos nos locais. As vias estão livres e o restante dos vegetais será recolhido nas próximas 12 horas.

"A Semma reitera que as constantes chuvas, típicas desta época, conhecida como ‘inverno amazônico’, também deixam as copas das árvores mais pesadas, devido à absorção de água, sendo que assim o peso maior pode ajudar a quebrar a base do vegetal, sendo esse processo uma processo natural", disse a nota.

A Secretaria de Saneamento (Sesan) informou que todas as áreas baixas e próximas de canais recebem ações de saneamento regularmente, e que esses serviços são reforçados nesta época do ano por conta das chuvas do período.

Procurado, o Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA) se limitou a informar que atendeu a cinco chamadas de quedas de árvores na capital na tarde desta terça-feira (28).

Belém