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Feirantes do Mercado da Farinha do Guamá denunciam paralisação e atraso em obras

Os trabalhos no local estão paralisados há cerca de dois meses e o prazo para a entrega do local revitalizado venceu em fevereiro deste ano

Maiza Santos / Especial para O Liberal

A obra de restauração no Mercado de Farinha, do bairro do Guamá, em Belém, tem sido alvo de inúmeras reclamações de moradores, comerciantes e pessoas que passam pelo local. O problema relatado é que os trabalhos no local estão paralisados há cerca de dois meses e o prazo para a entrega do espaço revitalizado venceu em fevereiro deste ano.

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Edna Maria Pantoja, que trabalha no mercado há 17 anos, relata que a estrutura do local prejudica as vendas. “Quando tem muitas pessoas passando aglomeradas, cadeirantes, bicicleta, não temos condições de atender o freguês. A gente tem que falar onde doí, porque comemos e bebemos daqui. A gente precisa se sustentar. Eu acordo seis horas da manhã para muitas vezes ficar o dia todo aqui para conseguir (dinheiro) do almoço. Não tem condições de trabalhar aqui e essa demora tá muito grande. Nossas vendas caíram muito, ninguém quer parar aqui nesse apertado para comprar e a gente sofre com isso”, relata a vendedora.

A vendedora relata que todos os feirantes que passaram para a estrutura buscam um posicionamento das autoridades. “A gente quer que a prefeitura e o poder público resolva, se não nós vamos ter que fechar aqui a rua e colocar pneus para queimar, vamos fazer um mutirão pois o que fizeram com a gente foi uma palhaçada. Se a gente recebesse algum apoio ou auxílio seria diferente, mas a gente não tem de onde tirar e temos que vir para cá. O nosso trabalho é digno e o que queremos é que a prefeitura dê uma posição sobre essa obra, pois ela não está acontecendo”, diz Edna Maria.

Segundo Iolanda França, que faz parte da comissão dos feirantes do Mercado da Farinha, há meses nenhum fiscal ou representante da Prefeitura de Belém foi até o local para falar com os feirantes. “Até agora a gente não tem uma resposta da prefeitura, simplesmente a obra parou. Eles dizem que está sendo feita uma estrutura metálica, mas a gente continua aqui aguardando. Não vemos ninguém trabalhando e isso aqui (estrutura atual) é horrível. Aqui é tudo apertado, cliente e trabalhador, muito calor. Ninguém aguenta parar aqui para olhar os produtos. Já teve até briga aqui no corredor porque uma mulher acabou esbarrando na outra”, conta.  

A aposentada Maridalva Diniz relata que fazia compras todos os dias no Mercado da Farinha, mas devido a mudança para a calçada tem enfrentado transtornos para conseguir manter a rotina.

“Essa divisão ficou muito difícil para comprar. Lá dentro (do mercado) estava melhor. Essa via é muito movimentada e muitas vezes nem tem como atravessar. Eu já sou idosa, então é difícil ficar me locomovendo com as compras nessas estruturas, é tudo muito apertado, incomoda para trafegar. Quando era o mercado, dentro dele tinha tudo. Era mais fácil pra gente, principalmente para quem já é idoso”, aponta.

Em nota, a Secretaria Municipal de Economia (Secon) informou que o Mercado de Farinha do Guamá passou pelo processo de remanejamento para a feira provisória, localizada na avenida José Bonifácio e avenida Barão de Igarapé-Miri, em janeiro de 2023.  "A Secon comunica que ocorreu atraso na primeira etapa, nas intervenções na fundação e estrutura da edificação. E que para a segunda etapa serão implementados turnos extras para aceleração do cronograma. A previsão de entrega do mercado é para dezembro de 2023", diz a nota. 

"A Secon ressalta, ainda, que a reforma do Mercado de Farinha do Guamá está sendo acompanhada pela Comissão de Fiscalização (Cofis), escolhida e formada pelos próprios trabalhadores - de todos os setores - do espaço", finaliza o comunicado.

Belém