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Dia Nacional da Equoterapia: atividade contribui para desenvolvimento social, corporal e psíquico

Em Belém e Santarém, a PM por meio do Centro Interdisciplinar de Equoterapia (CIEC), oferece há pouco mais de 30 anos modalidades da prática

Gabriel Pires

Unindo qualidade de vida à convivência animal, a equoterapia, método terapêutico que se utiliza das relações de afeto entre cavalos e praticantes, traz consigo o desenvolvimento social, corporal e psíquico na rotina de quem necessita. A data, que celebra a eficácia da terapia, é comemorada nesta terça-feira (9), buscando reforçar os benefícios da prática. 

Em Belém e Santarém, a Polícia Militar do Pará (PMPA), por meio do Centro Interdisciplinar de Equoterapia (CIEC), oferece há pouco mais de 30 anos modalidades de equoterapia a diversos públicos, dentre eles: crianças e adultos, entre três e 60 anos de idade, com acompanhamento multiprofissional para os casos de Transtorno do Espectro Autista (TEA), paralisia cerebral e síndromes neurológicas.

As múltiplas possibilidades da equoterapia

No centro das atividades, as práticas são distribuídas em diversas abordagens: hipoterapia, a qual busca promover desenvolvimento física aliado à saúde; educação-reeducação, que atua no comportamento do indivíduo, trazendo resultados contra a ansiedade); e, também o pré-esportivo, uma habilidade voltada para o hipismo, como modalidade desportiva. Atualmente, existem 32 praticantes em atendimento nos espaços disponibilizados pela PM.

Outro campo do projeto atua promovendo a terapia aos próprios policiais militares, que, após a covid-19, começaram a sentir-se deprimidos e com ansiedade. Com a atividade, foi percebido que 100% dos envolvidos apresentam desenvolvimento, contribuindo para a prática do trabalho no dia a dia.

Praticantes contam com equipe estruturada

Para promover qualidade de vida aos praticantes, o acompanhamento é feito por uma equipe multidisciplinar de saúde, composta por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, pedagogos e fonoaudiólogos. Integram a equipe profissionais civis e oficiais da PM. Os policiais do regimento ainda atuam, também, como equitadores e cuidam dos animais no manejo pré-atendimento, profilaxia, higienização do animal e no rasqueamento, que é o ato de pentear o equino.

O cabo Jonelson, que é equitador, afirma que o trato com o animal é que o torna mais manso e adaptado ao contato humano, para que assim, as atividades sejam realizadas de forma adequada. “Antes do atendimento em si, temos essa proximidade prévia e não colocamos ao lado do praticante antes de ver como está o comportamento dele naquele dia e caso seja necessário, avaliamos com o corpo técnico uma substituição”, explicou Jonelson.

Os benefícios da equoterapia

De acordo com o Ministério da Saúde, a Equoterapia emprega o cavalo como agente promotor de resultados físicos e psíquicos. A atividade exige esforço do corpo inteiro e contribui para o ganho de força muscular, relaxamento, consciência corporal, coordenação motora e equilíbrio. A interação com o cavalo desenvolve ainda novas formas de socialização, autoconfiança e autoestima.

Projeto atua contribuindo para a melhoria da qualidade de vida

Para o major Angelo Scotta, diretor do Programa de Equoterapia do CIEC, a data comemorativa cumpre o papel de conscientizar e sensibilizar sobre o cuidado com as pessoas com deficiência. Ele destaca que falar sobre o assunto é uma forma de “conseguir aumentar a facilidade de atendimento e centros que prestem esse tipo de assistência”, pontuou.

Uma das atendidas pelo projeto é Milena Mesquita, de 17 anos. Ela é portadora de autismo e frequenta o CIEC desde janeiro. A mãe de Milena, Roseneide Gonçalves Pacheco, é enfermeira nefrologista e comenta que o ponto de partida para realizar a atividade foi pela própria filha, que sempre teve interesse por cavalos e, a partir daí, surgiu a iniciativa de praticar a terapia. 

“É maravilhoso esse tratamento porque deu equilíbrio para ela. Estamos desde janeiro e ela realmente teve um avanço muito bom. Antes ela falava um pouquinho mais alto e hoje ela aprendeu que tem que falar mais baixo para não assustar o animal. E o desenvolvimento dela até na escola se tornou melhor”, comentou Roseneide. 

No espaço das sessões, os cavalos recebem até nome e, também, muito afeto por quem está realizado o tratamento. O “Caramelo”, é quem acompanha Mirela durante a terapia. Ela comenta que o equino é um bom amigo no tratamento, pois ajuda a tirar toda a tristeza.

“O Caramelo está me ajudando com as minhas dificuldades e tudo o que eu já passei tanto na escola, nas outras coisas. Eu queria muito agradecer o Caramelo, ele é um bom amigo para mim desde o início”, disse Milena.

A psicóloga Waleska Jorge, enfatiza que o acompanhamento individualizado respeita as demandas de cada pessoa. E ainda, durante o acompanhamento é percebido que as pessoas atingem um nível de autoconfiança também “Através do afeto com o cavalo eles conseguem ter uma autoimagem melhor, elevando a autoestima”, destacou Waleska.

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão do coordenador do Núcleo de Atualidades, João Thiago Dias)

Belém