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🏳️‍🌈 Dia do Orgulho: data reforça a luta por respeito e celebra a conquista de direitos LGBTQIAPN+

A data é comemorada todo dia 28 de junho em homenagem a revolta de Stonewall Inn, nos Estados Unidos

Gabriel Pires e Fernando Assunção

O Dia Mundial do Orgulho LGBTQIAPN+, nesta quarta-feira (28), enche o mundo de histórias de resistência e de luta. A data celebra a garantia de direitos, mas também é momento de reflexão e conscientização sobre os desafios enfrentados por lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais, travestis, queers, pessoas intersexo, assexuais, panssexuais, não-binários, entre outras orientações sexuais e identidades de gênero. Somente no Pará, de janeiro a abril de 2023, o Estado registrou 73 ocorrências de LGBTQIAPN+fobia, como apontam dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup). Dentre os crimes registrados estão: ameaça, injúria, homicídio, estupro e lesão corporal.

O presidente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB-PA), João Jorge, conta que, apesar dos avanços significativos concretizados para a população LGBTQIAPN+, existe uma dívida histórica no que diz respeito à garantia de direitos mínimos. O advogado destaca, ainda, que todas as conquistas foram por meios judiciais e lembra da importância de uma legislação nacional que ampare a todos.

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Entre os direitos reconhecidos, João destaca o “reconhecimento da união civil; a possibilidade de adoção; a retificação do nome social pela via administrativa em cartório; a doação de sangue; e, também, a criminalização [da homofobia], desde 2019. Mas ainda tem muitos desafios. Essa luta é para além do 28 de junho ou do mês de junho. É de janeiro a janeiro. A gente precisa ainda resistir para poder existir. E é isso que precisa mudar. E só vai mudar quando, de fato, a sociedade entender a importância de se conviver harmonicamente e fraternalmente com toda a população LGBTI, assumindo um compromisso de enfrentar essa violência”, pontuou João.

Ele relata que sempre se viu distante das normas impostas aos gêneros masculino e feminino, e que a "liberdade" veio ao se entender como uma pessoa não-binária. “Não existia uma referência não-binária, eu sempre senti que eu não me encaixava nas ‘caixinhas’ de gênero masculino e feminino, mas não me enxergava em ninguém”, conta.

 

“Eu sou homem e mulher, e nem homem nem mulher. Eu sinto essas duas energias, sinto que posso me vestir como homem, entre aspas, e ter atitude de uma mulher. Essa fluidez é libertadora”, acrescenta.

 

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Gênero já virou inclusive tema de composição de Íris da Selva. Em “Tratado de Paz”, ele relata como foi o processo de autocompreensão enquanto uma pessoa não-binária. “Será difícil aceitar, não sou moça nem rapaz. Sou meu tratado de paz”, diz um trecho da canção ainda não lançada. “‘Tratado de Paz’ fala sobre todas as coisas que eu precisei aceitar e acolher em mim para florescer, e entrar nesse acordo comigo e com meu próprio gênero. É uma composição muito pessoal e muito espontânea, que é uma característica do meu trabalho”, conclui o músico de Icoaraci.

Origem da data

O Dia do Orgulho LGBTQIAPN+ é lembrado no dia 28 de junho em memória à “Revolta de Stonewall”, na noite de 28 de junho de 1969, no bar Stonewall Inn, em Nova York, nos Estados Unidos. A revolta foi um ato de resposta da comunidade LGBT+ em meio a violência e à opressão policial cometidas contra pessoas homossexuais. Nesse mesmo dia, frequentadores do bar, incluindo lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e drag queens, se uniram e resistiram às batidas policiais, enfrentando a discriminação e o abuso de autoridade.

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão de João Thiago Dias, coordenador do Núcleo de Atualidades. E com colaboração especial de Fernando Assunção)

Belém