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Dia do Amigo: amizades de mais de 20 anos se tornam 'segunda família' e verdadeiro elo de confiança

Conheça a história de dois grupos de amigos paraenses que possuem um elo afetivo há mais de 20 anos

Amanda Martins

Amizade significa criar laços entre pessoas que têm sentimentos de reciprocidade, compreensão e intimidade. Quando surge ainda na adolescência, pode contribuir na formação de memórias afetivas duradouras, e amigos, que se tornam uma segunda família e vão lhe acompanhar por uma vida inteira. Foi o que aconteceu com uma turma de alunos, que estudaram juntos na antiga Escola Técnica Federal do Pará (ETFPA), e conseguiram se reencontrar após 22 anos anos. Isso foi possível graças a um grupo de bate-papo no WhatsApp, criado em 2015 pela ex- aluna e técnica de segurança do trabalho Andréia Malcher. Nele, havia o contato de dezoito colegas. Bastou isso para ser restabelecido um vínculo de amizade, que completa no próximo ano três décadas

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Simone conta que era comum a turma se reunir para jogar vôlei e almoçar juntos na casa uns dos outros. Como na época não existia o telefone celular e nem muito menos redes sociais, ela afirma que os colegas precisavam se fazer presente fisicamente na vida uns dos outros. E esse é o diferencial para que eles conseguissem manter a amizade por longos anos.

“A gente visitava um ao outro, se procurava mesmo, para estar perto. E é isso que deixou nossa amizade bem sólida”, reafirma a empresária.  

De lá para cá, os antigos alunos e eterno amigos já conseguiram se reencontrar ao menos quatro vezes. Para Anna Ruth, a sensação de quando os amigos estão juntos é como se o tempo não tivesse passado

“Se reencontrar depois de anos é como viver as mesmas alegrias da época. A conversa flui naturalmente e rimos bastante de tudo o que vivemos, o que é legal porque a gente não se vê tanto, mas quando nos reencontramos tudo flui naturalmente”, declarou a agente. 

Algumas amizade são sinônimo de porto seguro

A experiência de perder alguém próximo e querido não é fácil, e são nesses momentos que as amizades se tornam verdadeiras âncoras e ajudam a aliviar a dor. A estudante Flávia Soares perdeu a mãe, em maio do ano passado, e encontrou nas amigas Ana Clara Bremgartner, Ana Carolina Bremgarthner e Tayssa Zuchetto - com quem possui um vínculo de amizade há 20 anos - o apoio necessário para seguir em frente em um dos momentos mais difíceis da sua vida. 

Flávia afirma que as amigas foram as primeiras pessoas a saberem quando a mãe veio a óbito. Para ela, o apoio das meninas foi fundamental para que não surtasse e conseguisse enfrentar o luto tão precoce. 

“Durante esse período, eu senti que poderia sempre contar com elas. No distanciamento social, ficou difícil manter amizades e como a minha mãe já estava bem, acabei me afastando de muitas pessoas, as meninas foram as únicas que permaneceram e sempre estiveram ao meu lado, dando apoio”, disse Flávia, visivelmente emocionada. 

As irmãs Ana Clara e Ana Carolina afirmam que é muito difícil escolher somente um momento que tenha marcado a amizade do quarteto. Mas, elas se lembram com muito carinho das simples brincadeiras compartilhadas juntas, ainda crianças e como isso as influenciou a moldar os seus sonhos de juventude, como morar e viajar juntas. 

“Nós sabemos que podemos contar umas com as outras em qualquer circunstância. Não importa o que aconteça, sempre seremos um porto seguro umas das outras para rir, chorar e, principalmente sonhar”, afirmou Tayssa. 

‘Amigos trazem a capacidade do sujeito de amar alguém no presente’, afirma psicólogo 

De acordo com o psicólogo Josivel Oliveira de Souza, ter um ou vários amigos é muito importante para a saúde psíquica do ser humano, principalmente por proporcionar sentimentos de segurança, limite e carinho. Mas, para isso, o profissional da saúde destaca que deve haver confiança entre os ambos envolvidos, para que existe, além de qualquer coisa, o respeito

“A amizade é uma rememoração de momentos da vida que foram bons. Amigos de longo prazo reforçam essa construção”, explica o profissional. 

Em momentos de luto, estas mesmas amizades podem servir como um simples "remédio" para curar corações feridos. “Os amigos trazem a capacidade do sujeito de amar alguém no presente e não no passado ou em alguma relação quadrada como término de relacionamento ou divócio”, afirma Josival. 

Belém