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Dia de Finados: conheça 'santos populares' e sepulturas famosas nos cemitérios de Belém

O cemitério Santa Izabel, no bairro do Guamá, por ser a maior necrópole da capital, reúne mais dessas pessoas que são vistas como milagreiras por quem visita o espaço no Dia de Finados

Dilson Pimentel e Victor Furtado

No Dia de Finados, uma das tradições de quem visita o cemitério Santa Izabel, no bairro do Guamá, em Belém, é fazer preces e homenagens a "pessoas famosas" que já se foram e deixam algum legado, ou que são conhecidas como "santos populares". Uma das sepulturas mais visitadas na maior necróple pública da capital paraense é a do médico Camilo Salgado.

Ao médico, várias pessoas atribuem a realização de milagres. Ele era conhecido por não cobrar consulta dos pobres. O túmulo fica logo na entrada do cemitério, pela avenida José Bonifácio; um dos primeiros para quem começa a visitar o espaço e que chama atenção pela quantidade de pessoas ao redor.


Nesta quarta-feira (2), havia tanta vela no túmulo do médico que um militar do Corpo de Bombeiros usou um extintor de incêndio para apagar as velas, evitando, assim, um possível acidente. O segurança Reginaldo Martins, 61 anos, disse que, sempre que vai ao cemitério, visita essa sepultura. "Eu tenho essa fé de que, onde estiver, ele está nos dando força e saúde", contou.

Reginaldo disse que tem familiares, entre os quais pai e avô, enterrados no cemitério. Mas que faz questão de ir até a sepultura do dr. Camilo, na qual colocou velas. E, na frente do cemitério, o intenso fluxo de veículos é orientado por agentes da Semob. Somente no Santa Izabel, são esperadas cerca de 20 mil pessoas neste feriado.

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SEVERA ROMANA (Santa Izabel):

No ano de 1900, ela era dona de uma estalagem para militares durante a guerra. Um cabo, de passagem em Belém, se hospedou e se apaixonou por severa. Ela era casada e estava grávida. O militar se declarou e disse que a queria. Mas ela foi fiel ao marido. Irritado, o cabo esfaqueou a mulher e o bebê não foi salvo. Desde então ela é considerada uma espírito bom por ter sido pura, fiel e virtuosa.

CAMILO SALGADO (Santa Izabel):

Cirurgião conhecido em Belém. Formou-se em 1911. Em 1920, foi para a França fazer uma especialização e ganhou destaque dentro e fora do estado. Em vida foi considerado santo por fazer cirurgias para pessoas pobres de graça. Depois de morto, uma paciente afirmou que foi visitada e curada por ele. Desde então as pessoas fazem pedidos por cura de doenças.

JOSEPHINA, A “MULHER DO TÁXI” (Santa Izabel):

Não é uma “santa”, mas, sim, uma "lenda". Ela gostava muito de passear de carro e no aniversário dela, o pai sempre pagava uma volta de táxi. Um dia, um taxista a levou em casa. No outro dia ele foi cobrar a corrida e o pai explicou que ela estava morta há 10 anos. Ele pagou, entendendo do que se tratava e a história se espalhou.

ENGENHEIRO DOUTOR AURÉLIO (Santa Izabel):

Era professor universitário. Um dia ele deu carona para uma mulher grávida, mas sofreu um acidente de carro. Um aluno dele foi ao cemitério e fotografou a sepultura e na foto aparecia um vulto parecido com ele. Desde então se tornou o “santo popular dos alunos”, ajudando estudantes a passar no vestibular.

DIENY, “A MENINA DA MALA” (São Jorge):

O pai matou e esquartejou a garota. Os pedaços foram colocados dentro de uma mala. Conquistou a pena de muitos visitantes do cemitério e inclusive de “devotos” informais. Muitos deixam brinquedos, flores, velas e enfeites para homenagear o espírito da criança. Muitos fazem pedidos e há várias histórias de graças alcançadas.

FILHOS DE SEU RAIMUNDO (São Jorge):

O pai de Marivaldo e Marinaldo Nascimento (irmãos e ambos asmáticos) deu veneno para os filhos ao invés do remédio para asma. Os dois morreram ainda crianças. Se culpando pelo erro, ele passou a morar na pequena casa ao redor da sepultura. Raimundo morreu este ano e foi enterrado junto com os filhos. Todos os anos os garotos são visitados e recebem homenagens com velas e brinquedos. Acredita-se que concedam graças.

Belém