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Cursinhos populares: Saiba onde estudar e se preparar para o Enem de graça

Muitos estudantes contam apenas com o auxílio de Cursinhos Populares gratuitos como fonte de estudo e preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)

Bruna Ribeiro

A aprovação no vestibular é um momento decisivo na vida de muitas pessoas, principalmente daquelas que têm o ensino superior como um meio de mudar a realidade em que vivem. Alguns destes vestibulandos contam apenas com o auxílio de Cursinhos Populares gratuitos como preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) - porta de entrada para a maioria das universidades públicas brasileiras e ainda para universidades particulares através do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Confira os cursinhos gratuitos para se preparar para o Enem:

Cursinhos populares promovem experiências humanizadoras, diz coordenador

“Os cursinhos populares são importantes para aqueles que irão realizar a prova e não têm condições financeiras para arcar com os custos de um cursinho pago".

"Nos cursinhos, o aluno tem acesso a conteúdos pedidos na matriz curricular do Enem. As experiências dos cursinhos populares são humanizadoras, ensinamos e aprendemos coletivamente de forma crítica. Precisamos acreditar e lutar pela universidade pública de qualidade para todas e todos”, diz Leopoldo Nogueira, membro da coordenação do Projeto Movimento de Educação Popular Inclusiva do Jurunas.

Para Marcelle Lebrego, parte da coordenação do Cursinho Pré-vestibular Popular Ágora, o conteúdo do Enem é extenso e a prova é muito cansativa. "Para aqueles que não têm um curso preparatório a mais, a prova se torna ainda mais difícil. Sabemos que, infelizmente, a educação pública tem um déficit em relação à qualidade de ensino. Por isso, projetos de cursinhos populares se fazem tão importantes em realidades como a nossa, em Belém, na periferia, no norte do país historicamente explorado e oprimido”, diz.

A maioria dos cursinhos gratuitos populares são formados por professores e coordenadores pedagógicos que atuam de forma voluntária. Em alguns casos, há parceria com as secretarias de educação Estadual e Municipal para liberação de espaços. “Geralmente nossos voluntários atuam como uma forma de retribuição social, pois a maioria deles advém de uma universidade pública ou de programas de financiamento estudantil”, ressalta Marcelle Lebrego.

Preparação para o Enem

A profissional aconselha que aqueles que vão fazer o Enem pela primeira vez devem ter uma boa base de interpretação e conteúdo básico, e treinar nos estilos de questões cobradas e o tempo de realização da prova. “Treinar a realização da prova é muito importante, entendendo e reconhecendo os níveis de questões e se adaptando aprendendo os ‘macetes’ que podem facilitar na hora da leitura e com isso ganhar tempo”, destaca  Marcelle Lebrego.

Segundo Marcelle, para aqueles que não tiveram nota suficiente para entrar em um curso nas universidades públicas, é válido fazer mais um ano de cursinho. “Dentro da realidade de cada um, desejamos que não desistam nunca do sonho de uma vaga em uma universidade pública. Este espaço deve ser ocupado por quem realmente precisa e não tem condições de pagar altas mensalidades para ter uma formação de nível superior. Esta formação pode ser uma porta para a mudança de vida de uma pessoa em condições de vulnerabilidade socioeconômica e consequentemente da sua família e comunidade. Lutamos por isso”, ressalta.

Mudanças no Enem e adaptações dos cursinhos

Segundo o Ministério da Educação (MEC), o Enem poderá sofrer alterações. A medida é consequência direta da reforma do ensino médio, que institui uma nova organização para o currículo desta etapa de ensino e à qual o Enem também deve, portanto, ser adaptado. A reforma passa a valer na prática a partir deste ano e deve estar integralmente implementada em todas as escolas de ensino médio do país até 2024. As modificações no Enem devem respeitar o mesmo limite de prazo.

“Essas mudanças têm que ser vistas com muita cautela e criticidade por toda a sociedade, pois terá um impacto além da estrutura da prova. Mas, como seguimos a matriz curricular do Enem, todas essas mudanças serão analisadas e buscaremos as adaptações possíveis. Sem perder de vista o desejo de multiplicar uma educação emancipadora, pois o nosso público alvo deve entender a importância de estarem dentro de uma universidade, produzindo ciência, tecnologia, reflexões sociais. Tudo isso deve retornar em favor da sociedade como um todo, para o bem comum”, enfatiza  Marcelle Lebrego.

(Bruna Ribeiro, estagiária, sob supervisão de Jorge Ferreira, coordenador do Núcleo de Atualidades)


 

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