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Cruz Vermelha entrega kits de absorventes para combater a pobreza menstrual

A próxima ação será no dia 24, no distrito de Outeiro.

O Liberal

No próximo sábado (24), os bairros Água Boa e São João, no distrito de Outeiro, receberão uma ação de combate à pobreza menstrual, que é a falta de acesso a produtos básicos de higiene durante a menstruação. A Cruz Vermelha Pará (CVPA), através do Departamento Estadual de Juventude e do Departamento de Logística, farão a distribuição de absorventes para adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Além disso, terá debates sobre menstruação durante a pandemia, a normalidade do ciclo, métodos contraceptivos e rede de apoio. Na quarta-feira (28), o projeto chega à ilha de Jutuba.

Ações como essa já foram realizadas no bairro da Pratinha, no bairro Brasília (Outeiro) e na ilha das Onças, em Barcarena. O projeto, no Pará, conta com a parceria de uma marca de absorventes femininos, que já recebeu cerca de 39 mil absorventes para realizar a distribuição. Outras entidades e projetos sociais, como o Meninas do Brasil - Belém, também estão atuando para diminuir os impactos negativos da pobreza menstrual.

A Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que 1 em cada 10 meninas, seja por falta de dinheiro, informação ou até vergonha, falte à escola durante a menstruação. No Brasil, esse índice é ainda pior. Uma a cada 4 meninas brasileiras já deixou de frequentar aulas por falta de absorventes. Além de afetar os estudos, a falta de saneamento básico dificulta ainda mais o problema. Cerca de 213 mil meninas não têm banheiro nas escolas. Quando têm banheiro, 37% não tem sabonete, 8% falta papel higiênico e 4% não tem pia.

O impacTo negativo na autoestima é enorme. A pobreza menstrual faz com que meninas e mulheres coloquem pedaços de tecido, algodão e até miolo de pão na calcinha. Isso pode gerar desde infecções leves até doenças graves. Dados do relatório Livre Para Menstruar, realizado pelas organizações Girl Up e Herself, apontam que uma mulher gaste entre R$ 3 mil e R$ 8 mil com absorventes ao longo da vida. Isto significa também que as mulheres que estão entre os 5% mais pobres precisam trabalhar até 4 anos só para custear os absorventes que usarão.

Em Belém, o projeto social Meninas do Brasil promove ações para diminuir a vulnerabilidade econômica e social. "A importância das campanhas é conscientizar que existem outras realidades além da nossa. é necessário um olhar mais gentil, mais caridoso com o outro. Tentamos ajudar de maneira assistencialista e também de maneira educativa", explica Maria Luiza Freitas, líder do comitê de meninas do Grupo Mulheres do Brasil. A partir de agosto, o projeto terá diversas ações, tanto de arrecadação, como lives educativas nas redes sociais (@meninasdobrasilbelem e @grupomulheresdobrasilbelem).

A líder do comitê complementa que os órgãos públicos são a principal fonte de comunicação entre o projeto e a sociedade. As arrecadações podem ser feitas de maneira constante, para que mais distribuições possam ser realizadas. "As pessoas podem entrar em contato pelas redes sociais e compartilhar nossas ideias. A melhor ajuda é através da divulgação, para que esse recolhimento dos itens de higiene seja mais frequentes", finaliza. 

 

(Karoline Caldeira, estagiária sob a supervisão de Victor Furtado, coordenador do Núcleo de Atualidades)

Belém