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Coronavírus: passageiros vindos do Amazonas e da região oeste do Pará passarão por barreira sanitária obrigatória no aeroporto de Belém

Medida pretende evitar a proliferação da variante do novo coronavírus, potencialmente mais infecciosa

Byanka Arruda

Passageiros oriundos da cidade de Manaus, capital do Amazonas, e da região oeste do Pará passarão obrigatoriamente pela barreira sanitária no Aeroporto Internacional de Belém pelos próximos 30 dias. A medida foi determinada depois que a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS), emitiu nota técnica com recomendações para ações de prevenção, em portos e aeroportos do Pará, para evitar a proliferação da variante do novo coronavírus, potencialmente mais infecciosa.    

 

Desde esta sexta-feira, 5, profissionais da Vigilância Sanitária cumprirão revezamento para dar andamento à inspeção preliminar dos passageiros recém-chegados à capital paraense. Esse será o primeiro momento da ação, que ainda será extensiva aos portos.


A medida foi necessária após a confirmação de dois casos da nova cepa da Covid-19, identificados pelo Instituto Evandro Chagas, no município de Santarém, no último dia 29 de janeiro. A variante, que circula no Amazonas, foi apontada como uma das razões para o colapso no sistema de saúde do estado vizinho. 

O auxiliar de produção Ivan Rafael Chaves, de 22 anos, chegou nesta sexta de Manaus com a filha de apenas 5 meses para fugir da crise sanitária instalada no estado vizinho. "Em Manaus, de onde eu vim, as coisas estão sérias devido ao grande aumento de casos do novo coronavírus. Os comércios estão fechados, as ruas depois das 19h ficam desertas. O máximo que eu ia era no supermercado, mas de resto ninguém está saindo, não tínhamos visitas. Várias pessoas que moravam próximo a minha casa morreram da covid-19, inclusive pessoas novas, na casa dos 30 anos. 

Até eu que não levava muito a sério e acreditava que pegava mais em pessoas mais velhas comecei a ficar com medo. Vim com a minha filha meio que fugido. Resolvi trazer ela para ficar um tempo com a mãe dela e familiares que moram em Belém", contou assustado. 


De acordo com a nota técnica, a recomendação é que a população evite viajar rumo ao Oeste do Pará, cujos 15 municípios estão em lockdown, isto é, bloqueio total por conta do aumento expressivo do número de casos da doença na localidade. 

No Aeroporto Internacional de Belém, os passageiros oriundos do Amazonas e da região do oeste paraense estão sendo submetidos à entrevista pelas equipes da Sespa. Durante a inspeção, os passageiros esclarecem se tiveram contato prévio com pessoas suspeitas e/ou doentes e se apresentaram sintomas nos últimos sete dias, como tosse, dificuldade para respirar, congestão nasal ou conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de garganta, coriza, saturação de oxigênio menor que 95, temperatura acima de 37,5º C, dor abdominal, diarreia, enjoo e vômito. Antes de atender casos suspeitos, os profissionais de saúde se paramentam com os equipamentos de proteção individual (EPIs), descritos em detalhes na nota técnica.

Além disso, o passageiro deve ser orientado a utilizar máscaras no deslocamento até o endereço informado no inquérito. Caso tenha sintomas ou piora do estado geral, onde estiver, o passageiro deve procurar assistência à saúde. O viajante que apresentar sintomas no aeroporto será encaminhado diretamente à unidade de assistência à saúde. Técnicos da Sespa farão o monitoramento das condições de saúde dos passageiros que desembarcarem em Belém.

Belém