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Confira dicas de prevenção contra doenças oculares que podem causar cegueira

No Brasil, há mais de um milhão de cegos. De 60% a 80% dos casos poderiam ser tratados ou até evitados se diagnosticados precocemente

Dilson Pimentel

Há mais de um milhão de cegos no Brasil, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). E de 60% a 80% dos casos de cegueira poderiam ser tratados ou até evitados se diagnosticados precocemente. E este mês é o Abril Marrom, cujo objetivo é focar na prevenção e tratamento correto das doenças oculares que podem causar diferentes tipos de cegueira. E, para tratar desse tema, a Redação Integrada entrevistou o oftalmologista Renan Arêde.

Dr. Renan Arêde, qual é a importância do Abril Marrom?

Primeiro, para a conscientização da população sobre a prevenção de algumas doenças oftalmológicas que, se forem diagnosticadas precocemente, vamos evitar que avancem e causem cegueira.

Quais são essas doenças preveníveis?

A principal delas é o glaucoma, que é uma doença silenciosa. Então o paciente precisa fazer a primeira consulta com o médico para verificar a pressão, fazer alguns exames, para assim fazer o diagnóstico. Nas crianças, o uso dos óculos, que é o principal. Se a criança tem um grau muito alto, e não utilizar o óculo desde cedo, ela pode ficar cega também.

E, a partir dos 40 anos, as doenças sistêmicas que podem causar cegueira dentro do olho, principalmente o diabetes. A hipertensão e algumas doenças reumatológicas e endócrinas também precisam de um acompanhamento oftalmológico.

Doutor, qual é a diferença entre o glaucoma e a catarata?

O glaucoma é uma doença que atinge o nervo óptico. O nervo óptico leva a nossa informação do olho para o cérebro.  Por isso que é importante essa primeira avaliação para verificar a pressão e fazer exames complementares. Se você tratar, você não vai ficar cego.

A catarata geralmente acontece a partir dos 50, 60 anos e ela vai opacificando esse cristalino e, aí, também causa uma cegueira. Só que, assim que você faz a cirurgia de catarata, você volta a enxergar. A diferença, então, entre o glaucoma e a catarata é que o glaucoma é que tudo o que você perdeu de visão você não consegue recuperar. A catarata, da feita que você realiza a cirurgia, você volta a enxergar.

Doutor Renan. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), existem mais de 1 milhão de cegos no Brasil. E de 60% a 80% dos casos de cegueira poderiam ser tratados ou até evitados se diagnosticados precocemente...

É uma estimativa que a gente tem de que pelo menos 60% da população tem alguma doença prevenível se tivesse esse tratamento precoce. A principal delas é o glaucoma e a retinopatia diabética, justamente porque a diabetes vai causando micro-hemorragias no fundo do olho, na retina, e, com isso, pode levar à cegueira. Se a gente intervir precocemente, fazendo tratamento com laser, às vezes injeções antiangiogênicas dentro do olho, a gente consegue estabilizar a doença e prevenir que haja essa progressão.

Como a pandemia causou prejuízo à saúde das pessoas?

A gente perdeu a oportunidade de fazer o diagnóstico precoce de muitas doenças. E também aqueles pacientes que já faziam o acompanhamento dessas doenças crônicas, como o glaucoma, perderam esse acompanhamento. Nesse período a gente não sabe se a pressão ficou controlada, se havia necessidade de fazer algum procedimento ou se os colírios foram utilizados de forma correta.

Quais as orientações que o senhor dá à população?

Aquele paciente que nunca procurou um oftalmologista que vá pela primeira vez. Recém-nascidos já têm que sair da maternidade com o teste do olhinho. No primeiro ano tem que passar no oftalmologista. Na grande maioria das vezes, o uso de óculos já vai resolver aí 80% dos problemas. O foco, aqui, é sensibilizar a população para a prevenção. E prevenção é ir ao oftalmologista fazer seus exames periódicos.

 

Belém