MENU

BUSCA

Comunidade quer o fechamento do aterro sanitário de Marituba

Comerciantes perderam clientela por conta do mau cheiro

João Thiago Dias / Redação Integrada

O comerciante Valdivino Machado, de 56 anos, perdeu vários clientes de seu restaurante, localizado em Marituba, por conta do odor provocado pelo aterro sanitário do município. Após a Guamá Tratamento de Resíduos, empresa responsável pelo aterro, protocolar oficio no Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), na semana passada, informando que encerraria suas atividades em maio de 2019, houve esperança por parte dele e de outros moradores de que os transtornos causados pelo mau cheiro do lixo devem acabar. 

"É contante o odor, mas, por volta das 5h ou 6h, é quando fica mais insuportável para quem mora próximo do aterro. Atrapalhou minhas vendas, porque ninguém quer parar em um lugar onde o cheiro é ruim. Ainda mais para mim que trabalho com alimentação. E a clientela diminuiu desde que o lixo da Região Metropolitana de Belém (RMB) começou a ser descartado aqui", afirmou Valdivino. "Queremos que feche mesmo, pois vários comerciantes foram prejudicados", acrescentou. 

Assim como Valdivino, outros cidadãos do município não aguentam mais conviver próximo ao aterro. De acordo com Hélio Oliveira, representante do Fórum Permanente Fora Lixão de Marituba, além do odor, há o questionamento a respeito da falta de transparência das instituições envolvidas no debate de soluções de áreas para destinação dos resíduos gerados na RMB. "Sempre reivindicamos pela sociedade essa transparência. Queremos clareza sobre as fases de ação da empresa e sobre essa possibilidade de fechamento, já que nos atinge", explicou. 

Na última segunda-feira (03), o Ministério Público do Estado, especialistas ambientais e representantes das prefeituras de Belém, Ananindeua e Marituba se reuniram para tratar da situação do aterro sanitário, mas não houve a participação do fórum. No entanto, o MPPA informou que, na próxima sexta-feira (7), às 11h30, na Promotoria de Justiça de Marituba, será realizada uma reunião específica com os coordenadores do fórum para atualizar a comunidade sobre as tratativas em relação ao aterro. 

"Não fomos chamados para a reunião da segunda, mas queremos ter acesso a todas as informações possíveis na sexta, porque isso vai decidir nossas vidas", afirmou Hélio. "Nossa luta sempre foi pelo fechamento desse espaço. Outra consequência desse odor é a desvalorização das casas. Muita gente até abandonou seus terrenos", concluiu Hélio Oliveira. 

Ações

Em nota, a empresa Guamá Tratamento de Resíduos explicou que várias ações já estão sendo executadas para a mitigação do odor na área. "Entre as medidas adotadas para a mitigação estão a cobertura das lagoas com mantas, prática usada apenas no Pará; instalação de um sistema de aspersores para minimizar a dispersão na comunidade do entorno; e queimadores nos drenos verticais do aterro para a queima de biogás", informou a nota.

Além disso, a empresa contratou um serviço especializado para medição do alcance de odores gerados, mostrando indicadores como áreas de abrangência e horários de maior ocorrência. "Esse monitoramento foi feito com estação meteorológica e contou com a participação de moradores da comunidade que, por meio de aplicativo, informaram o tipo, intensidade, localização e horário da incidência de odor", acrescentou a nota.

Belém