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Comunidade celebra 90 anos da imigração japonesa na Amazônia

Serão várias oficinas, apresentações culturais, exibição de filmes e degustação de comidas da culinária do país de 9 a 15 de setembro

João Thiago Dias

O Consulado do Japão em Belém realiza, de 9 a 15 de setembro, a 32ª Semana do Japão em edição especial de comemoração aos 90 anos da imigração japonesa na Amazônia. Serão várias oficinas, apresentações culturais, exibição de filmes e degustação de comidas da culinária do país nas dependências da Associação Pan-Amazônia Nipo-Brasileira (APANB), na travessa 14 de Abril, em São Brás; e nos espaços da Fundação Cultural do Estado do Pará (Centur), na avenida Gentil Bitencourt, em Nazaré.

Desta segunda (9) até a próxima quinta-feira (12), serão ofertadas oficinas de culinária, dança folclórica, koto (instrumento musical de corda), ikebana (arranjo floral), origami (dobradura de papel), shodô (caligrafia), soroban (ábaco) e taiko (tambor), nos espaços da APANB.

Durante a semana, os simpatizantes do cinema japonês poderão assistir a filmes da atualidade no Festival de Cinema Japonês, dos dias 12 até 14, no Cine Líbero Luxard, do Centur. Todos são com legendas em português e entrada franca. São quatro títulos: Inuyashiki, Seto e Utsumi, Saiki Kusuo no Psi-nan e Teiichi – Batalha supremSemanaa, todos inéditos em Belém. 

Na sexta-feira (13), às 19h, no Teatro Margarida Schiwazzappa (Centur), após a cerimônia de abertura do evento, que contará com artistas da Fundação Amazônica de Música (FAM), terá o Concerto de Música Tradicional Japonesa do grupo On Ensemble, famoso no território norte-americano, que estará pela primeira vez em Belém; e da artista Sumie Kaneko, que retorna pela segunda vez à cidade. Ambos virão exclusivamente para se apresentar nas comemorações da capital paraense e de Manaus (AM).

A Semana do Japão comemora também o “Dia Municipal do Imigrante Japonês” e o “Dia da Imigração Japonesa no Pará”, outorgados por meio da Lei nº 8.758 de 21 de junho de 2010 e da Lei 7.319, de 15 de outubro de 2009, respectivamente.  

De acordo com o cônsul principal do Japão em Belém, Keiji Hamada, o objetivo é realizar uma comemoração grandiosa. "Celebrar de maneira bem grande os 90 anos da imigração. Importante apresentar a nossa cultura, porque os imigrantes foram bem recebidos. A cultura do Japão ficou muito conhecida aqui, especialmente a culinária, como sushi e yakisoba. Esporte, como judô e karatê. E animes. No Pará, são cerca de 40 mil imigrantes e descendentes, morando principalmente em Belém, Ananindeua, Castanhal, Santa Izabel e, claro, Tomé-Açú".

IMIGRAÇÃO
A primeira leva de imigrantes chegou à Amazônia há 90 anos, em Tomé-Açu, município do nordeste paraense, onde os primeiros japoneses focaram o trabalho na lavoura. Na década de 70, esses imigrantes alcançaram o jubileu na safra da pimenta-do-reino. Hoje, o Sistema Agroflorestal de Tomé-Açu atrai inúmeros turistas e pesquisadores do mundo inteiro.

Hajime Yamada, de 92 anos, nasceu na Província de Hiroshima e é o único sobrevivente desse primeiro grupo. Ele estava com dois anos ao chegar no Brasil e conta que a primeira leva de imigrante veio no navio Montevidéu Maru.

Ele mora até hoje em Tomé-Açu e recorda ter exercido funções de extrema importância para com a comunidade japonesa no município. Ao mesmo tempo, chegou a assumir três cargos: vereador, presidente por duas vezes da Cooperativa Agricola Mista de Tome-Açu (Camta) e “incentivador-colaborador” da Escola Dr. Fábio Luz.

"Como todos os imigrantes, os desafios foram muitos, dentre tantos enumeramos: clima adverso, vegetação, língua, costumes, alimentação, mas o pior de todos: a malária, doença endêmica que dizimou dezenas de vidas", destacou Hajime.

Ele também conta que participou de todos os fatos marcantes da comunidade tomeaçuense. "Emancipação política, construções de escolas, hospitais, aeroporto, Associação Cultural de Tomé-Açú (ACTA), Camta, igreja, estradas, dentre outros", contou. "E, nesta sexta-feira (06), estou em São Paulo para receber uma homenagem da comunidade local e amigos oriundos de Tomé-Açú".

Belém