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Cientistas ocupam os bares de Belém para divulgar pesquisas

Pint Of Science ocorreu em 120 cidades brasileiras e 26 países simultaneamente

Vito Gemaque

Pela terceira vez a ciência foi o principal assunto de seis bares de Belém com o Pint Of Science. O evento reuniu cientistas para apresentar suas pesquisas e conversar diretamente com a população em locais totalmente diferente dos habituais. O Pint Of Science é realizado há 10 anos em todo o mundo com o intuito de aproximar a comunidade acadêmica da população em geral. Neste ano, de forma simultânea, o evento retornou após a pandemia de Covid-19 em 26 países e em mais de 120 cidades do Brasil nos dias 22, 23 e 24 de maio. Altamira também teve atividades do Pint Of Science organizado por pesquisadores locais.

“A ideia nossa é a democratização. Levar os trabalhos científicos dos laboratórios e das salas de aula e levar para o povo. Como a gente consegue fazer isso? Com uma linguagem acessível. E qual é a linguagem mais democrática senão a do bar?! A divulgação não é eu divulgar o trabalho do cientista, mas o cientista divulgar o próprio trabalho, ir para os bares, conversar com as pessoas”, explicou o professor de física Fábio Costa, um dos coordenadores do Pint Of Science em Belém.

Com o lema "Um Brinde à Ciência", a experiência apresentou 34 pesquisas para o público noturno de Belém. As apresentações são focadas para o público leigo, não especialista, por isso a programação é preparada para que todos possam desfrutar de uma noite de aprendizado, debatendo assuntos relevantes para a sociedade.

Os locais que receberam o Pint Of Science foram os bares, cafés e lanchonetes Na Figueredo, Lanche do Sírio, Égua de Boteco, Klandestino Bar, Pai d'égua Steak Beer e Café com Arte. Já em Altamira, a programação ocorreu no Empório Cosmopolita, Casarão - Cervejaria & Petiscos e Peixaria Ver o Rio. Os temas abordados serão Ciências no esporte, arborização urbana, importância da divulgação científica e estudos sobre o cacau e o rio Xingu.

Um dos pesquisadores foi o físico Sanclayton Moreira que falou sobre propriedades e caracterização de materiais da Amazônia. Ele foi um dos que encerraram a programação na quarta-feira (24) no Pai D'égua Steek Bear. “Por si só falar da Amazônia já chama a atenção, então por isso acaba sendo interessante e não fica complicado. E a física é uma ciência que precisa ser desmitificada. O pessoal acha que física é só estudar a rota de um planeta, de uma nave em um movimento complexo, de um problema complexo, que também tem, mas a física está dentro do corpo humano, está dentro das águas do rio, está dentro dos materiais da flora e da fauna”, declarou.

Na avaliação da coordenação, o evento atingiu o objetivo neste ano ao popularizar um pouco mais a ciência. “Cada ano tem aumentado. Primeiro ano foi um bar. Segundo ano quatro bares. E agora tivemos seis bares. A projeção é que para o ano, que já tem data marcada, em maio. Os bares aumentam quanto mais aumenta o engajamento dos pesquisadores”, avaliou Fábio Costa.

Belém