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Chuva forte deixa ruas alagadas e trânsito congestionado na capital

Bairros periféricos foram os mais afetados

João Paulo Jussara

Trinta minutos de chuva forte na tarde desta quinta-feira, 17, foram o suficiente para deixar a capital paraense novamente debaixo d'água. As principais vias de Belém ficaram com o trânsito congestionado e, em alguns pontos, parado. Ruas alagadas, bueiros entupidos e montes de lixo levados pela enxurrada obrigaram os pedestres a literalmente meter o pé na lama. Mais uma vez, o cidadão se viu refém de uma cena comum, que reforça a deficiência do sistema de drenagem.


Desde o começo da tarde que o céu fechado anunciava chuva. Mas foi às 16h30 que ela caiu, acompanhada de fortes rajadas de vento, provocando transtornos principalmente à população dos bairros periféricos da capital, com o Curió-Utinga. Por lá, como já é comum, a avenida João Paulo II ficou totalmente alagada, impedindo a passagem de carros em ambos os sentidos e deixando congestionadas as vias transversais alternativas.  

Desde a travessa Mauriti até a Lomas, o fluxo de veículos era bastante lento. Mas a partir da avenida Doutor Freitas, no sentido de saída da cidade, carros e motos ficaram impedidos de passar por conta do alagamento que se formou nos dois lados da via, obrigando os condutores a darem o retorno por cima do passeio público. Alguns arriscaram a passagem e acabaram perdendo as placas dos carros no caminho, produzindo outra cena comum naquele perímetro: crianças e adultos se arriscando na inundação para recolher as chapas do chão e depois cobrar dinheiro dos motoristas para devolvê-las.

Vindo pela João Paulo II, no sentido de quem vai para a avenida Ceará, a costureira Augusta Lisboa, acompanhada de uma amiga, desceu da moto que pilotava e tentou atravessar a parte alagada empurrando o veículo. Além de ficarem encharcadas, a moto engasgou e não saiu mais do lugar. "Eu estava indo pra minha casa, em São Brás. Toda vez é isso aqui nessa rua. O saneamento dessa cidade é uma porcaria", reclamou.

A principal entrada e saída da cidade também ficou prejudicada. Na avenida Almirante Barroso, foram observados diversos pontos de engarrafamento. Os de maior lentidão foram entre as avenidas Tavares Bastos e Júlio César, e entre as travessas Barão do Triunfo e Mauriti, em ambos os sentidos. À altura da sede do Tribunal de Justiça do Estado, o trânsito praticamente parou. Impacientes, muitos motoristas abusaram das buzinas e não economizaram nas reclamações.

Na travessa Nove de Janeiro, à esquina da Rua dos Mundurucus, a rua também ficou completamente alagada. Alguns carros precisaram estacionar em cima dos pontos mais altos das calçadas para evitar que a água entrasse nos motores. O canal da travessa Três de Maio, entre as ruas Antônio Barreto e Domingos Marreiros, por pouco não transbordou. "Aqui, nós já estamos acostumados com isso. Sempre que chove, o jeito é rezar pra que o canal não encha demais e a água invada as nossas casas", contou a aposentada Maria de Lourdes Pereira.

Belém