Chiquita Verão reúne público na praia do Farol e celebra 19 anos em Mosqueiro

A praia do Farol, em Mosqueiro, recebeu na noite deste sábado (26/07) a edição 2025 da Chiquita Verão, festa que celebra a diversidade e marca o calendário cultural do distrito de Belém. O evento, comandado por Elói Iglesias, completa 19 anos e reúne público para seis horas de música e performances que antecedem a 18ª Parada do Orgulho LGBTI+, marcada para este domingo (27/07).

No palco, artistas como Amandha Crystyna, Flores Astrais, Ry Ambe, Jotta C, Álec e Johann se apresentam em clima de luau, com repertórios que misturam estilos e prometem manter a animação até a madrugada. A programação é considerada um “braço” da tradicional Festa da Chiquita, realizada em outubro durante o Círio de Nazaré.

"A 19ª Festa da Chiquita é uma festa que há 19 anos começou. Antes de ter política LGBT, antes de ter política de cultura. Essa festa é um evento pioneiro. Abriu o espaço para que outros viessem a acontecer, como a própria Parada LGBT de Mosqueiro, que já é um fenômeno e já está no calendário", declarou o organizador Elói Iglesias.

Aos 70 anos, Elói ressaltou o legado do trabalho feito com a Festa da Chiquita e o espaço conquistado para a comunidade LGBTQIAPN+. "A Chiquita traz para Mosqueiro, para a ilha bucólica, eu tenho 70 anos e a minha história toda está aqui. É muito importante que a gente continue trazendo esses eventos para a ilha gerar emprego, renda e construir futuro para as pessoas que são moradoras da ilha", completou.

Mãe Dina Costa, sacerdotisa de matriz africana, de 60 anos, participou pela primeira vez da Chiquita Verão e contou apoiar a comunidade LGBT. "Eu sou fa religião afro e eu tenho muitos filhos que são gays. A gente procura entender, participar para a gente ter melhor entendimento dessa situação que não acontece por acaso. Isso é um desenvolvimento para as pessoas que não tem entendimento do que é diferente", afirmou. 

O DJ William Raphael, natural de São Paulo, de 40 anos, conheceu um pouco mais da tradição da festa da Chiquita em Mosqueiro. "Eu sou de São Paulo, mas vim morar no Pará. Fiquei sabendo da festa Chiquita, conheci um pouco do trabalho do Elói, estava muito curioso para vir. Conheço um pouco do movimento local e já estou gostando muito", destacou.

William que está há apenas um mês em Belém é esperançoso com as ações da comunidade LGBTQI+. "A gente quer se sentir incluído como participante. Acho que a gente tem que se unir mais também como comunidade, se abraçar mais, se querer mais e eu vim aqui somar", refletiu.

O secretário-geral da Aliança Nacional LGBT+ no Pará e membro da organização do evento, Denilson Silva, ressaltou a pauta do evento neste ano. "Esse ano a festa da Chiquita vem tratando da pauta do envelhecimento da população LGBT+. Há muito tempo a gente vem tentando discutir essa perspectiva e é importante falar para a sociedade sobre qualidade de vida, sobre suporte necessário para que essa população idosa LGBT+, onde esses corpos existem na sociedade, possam ter garantias e direitos humanos assegurados", enfatizou.