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Câncer: Região Norte poderá ter 25 mil novos casos em 2023, alerta infectologista

Regiões Norte e Nordeste deverão responder por 26% dos 700 mil novos casos no Brasil. Exame e diagnóstico cedo são principais modos de prevenção à doença

Eduardo Rocha

Ao participar da programação de encerramento do 4º Fórum Todos Juntos contra o Câncer Norte e Nordeste, promovido pela Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), no Hotel Princesa Louçã, nesta quarta-feira (30), a médica sanitarista com mestrado em Saúde Pública e CEO da entidade, Catherine Moura, enfatizou a necessidade de o Poder Público e a sociedade civil unirem esforços para a prevenção ao câncer, pontuando que, de acordo com levantamento do Instituto Nacional do Cãncer (INCA), em 2023-2025 a previsão é de 704 mil novos casos no país, sendo 26% deles nas regiões Norte e Nordeste -- 25 mil novos casos na Região Norte. Como divulgou o INCA, o Pará deverá responder por 11.560 novos casos no ano que vem. Buscar informações em fontes oficiais e fazer exames para obter diagnóstico são ações preventivas esssenciais para se evitar a enfermidade.

As estimativas do INCA para novos casos em 2023/2025 abrangem: nas regiões Norte e Nordeste, o câncer de próstata (Norte: 28,40/100 mil; Nordeste: 73,28/100 mil) é o mais incidente, seguido do câncer de mama feminina (Norte: 24,99/100 mil; Nordeste: 52,20/100 mil) e câncer do colo do útero (Norte: 20,48/100 mil; Nordeste: 17,59/100 mil).

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Sob risco

"O Brasil já tinha avançado bastante no controle desses três tipos de câncer, o de mama, o de cólo de útero  e o de pulmão, mas a gente está regredindo. Os números estão aumentando, por vários fatores mas também os jovens e os adultos também estão aderindo, por exemplo, ao tabagismo, utilizando esses cigarros eletrônicos, os narguilês, e todo tipo de fumaça inalatória causa câncer", observou. O câncer é uma doença crônica, como outras, mas é uma mortalidade com maior mortalidade e se apresenta como a segunda principal causa de morte no Brasil, atualmente, após as doenças cardiovasculares. "Estamos caminhando para uma inversão. As estatísticas mostram que nas próximas duas décadas, se a gente não faz nada no ponto de vista de saúde pública, a gente vai ter aí uma inversão, pela primeira vez, no Brasil, o câncer vai matar mais do que as doenças cardiovasculares", assinalou.

Para se prevenir contra o câncer, a pessoa precisa buscar orientação com o médico, equipe de saúde, mas desde cedo pode-se cuidar da saúde, controlar os fatores de risco. Os cinco principais são: alimentação, sedentarismo (obesidade), alcoolismo, tabagismo e a exposição a poluentes ambientais. Deve-se ter foco na alimentação saudável, nada de alimento processado. A gente precisa comer direto da terra, e não abrir pacote", salientou Catherine Moura. Precisa-se controlar o sobrepeso, mantendo-se ativos fisicamente como atividades regulares. Não fumar, não consumir em excesso bebida alcoólica, evitar bebidas açucaradas e reduzir a exposição em áreas de poluição ambiental, como industriais e outros - ter um estilo mais saudável, como prevenção ao câncer e outras doenças. 

Os exames são encaminhados na rede pública de saúde, envolvendo avaliação médica. No caso do tratamento, o Sistema Único de Saúde (SUS) presta atenção integral ao paciente com câncer. No entanto, o acesso aos serviços anda esbarram em dificuldades, como se verifica na Região Norte com pacientes morando em áreas remotas e ocorre concentração de unidades de saúde na capital. Pesquisa da Abrale indicou o problema da falta de informação que leva as pessoas a não percebem sinais, sintomas de alerta da doença, e quando percebem demoram meses para buscar atendimento. Outro ponto percebido pela Associação é que para essa pessoa conseguir fazer um diagnóstico demora muito tempo, isso no Brasil todo, e ainda mais no Norte, como pontuou a médica. Há também demora para exames especializados e também para o acesso ao tratamento. 

Por esse contexto, a Abrale e outras entidades oferecem ao apoio aos pacientes, inclusive, o Movimento Todos Juntos Contra o Câncer. Catherine Moura ressaltou que a busca por informações sobre o câncer deve ser feitas em fontes oficiais - Ministério da Saúde, Organiação Mundial da Saúde (OMS), INCA, e, em caso de dúvidas, com o Todos Juntos contra o Câncer (www.tjcc.com.br). O 4º Fórum Todos Juntos contra o Câncer Norte e Nordeste terá um documento oficial a ser divulgado em janeiro de 2023 e será encaminhado aos governos estaduais e municipais.

Belém