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Bloco Rabo do Peru: foliões distribuem 'sopão' e promovem festa privada na Quarta-feira de Cinzas

Ainda por conta da pandemia do coronavírus, o tradicional evento não foi realizado em via pública

Fabyo Cruz

O tradicional bloco de rua Rabu do Peru, em Icoaraci, distrito de Belém, uma das maiores manifestações carnavalescas do Pará, foi realizado de maneira diferente, nesta Quarta-feira de Cinzas, 2 de março. Por conta da pandemia do coronavírus, o evento ocorreu em formato indoor, ou seja, particular, em uma casa de shows, localizada na avenida Augusto Montenegro. Antes da festa começar, membros da diretoria do festejo distribuíram sopa para brincantes e moradores da área. 

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Há 27 anos, o bloco de Carnaval criado por moradores de Icoaraci percorre as ruas do distrito, reunindo anualmente cerca de 50 mil brincantes na Vila Sorriso. Tradicionalmente, o grande traslado começa a partir de meio-dia, com a famosa distribuição do sopão para os foliões, realizada na concentração do bloco. Em virtude do decreto 2.044, que restringe a realização desses eventos em vias públicas, hoje a entrega das sopas ocorreu, no mesmo horário, porém na casa de show onde o evento foi promovido.

Marcos Morais, ou “Marquinho do Rabo do Peru” como é conhecido na região o fundador do bloco, explica que a entrega do sopão existe antes mesmo da criação do festejo. “Tudo começou através de uma mobilização de moradores aqui do distrito. A sopa é para dar vigor ao povo na Quarta-feira de Cinzas. Depois disso, pensamos: por que não trazemos alguns instrumentos para fazermos uma brincadeira? A ideia ganhou força e aceitação do público até que precisávamos dar um nome ao bloco. O Rabo do Peru é inspirado em um antigo bloco chamado Rabo do Galo, que era realizado no Centro de Belém”, explicou.  

O fundador do bloco ressalta que a distribuição da sopa, além de dar disposição aos brincantes, também possui um caráter solidário. “Nos organizamos desde cedo para fazer a entrega do sopão. Pretendemos distribuir aproximadamente 200 copos descartáveis com sopa. Ela é gratuita e entregue para toda a comunidade, não apenas para os foliões. Os moradores aos redores sempre trazem vasilhas e levam um pouco às suas casas. Temos esse objetivo de colaborar também com o próximo através dessa ação", afirmou.       

A musa do bloco Sirley Mandara diz que o festejo faz parte da cultura paraense e precisa ser valorizado. Ao falar sobre o segundo ano sem cortejo nas ruas, por causa da pandemia, a representante do festejo não conseguiu segurar as lágrimas. “Eu fico muito emocionada só de lembrar que no ano passado nós não tivemos festa, pois os casos de covid-19 eram maiores naquela época. Todos tiveram que ficar em suas casas, se cuidassem, para que hoje pudéssemos ao menos fazer a festa de hoje. Eu sinto orgulho de fazer parte desse bloco tão importante para a nossa cultura”, disse a dançarina.   

Dayse Guerreira, rainha do bloco Rabo do Peru, conta que o show não pode parar. Ela lembra que para ser realizado em formato particular, somente pessoas já vacinadas contra a covid-19 puderam acessar as dependências da casa de show. “Hoje é um dia de alegria para todos nós que fazemos parte dessa maravilhosa festa. Depois de um tempo voltamos a nos reunir, com segurança, pois todos já tomaram a vacina. Mais tarde teremos shows de banda e muita alegria, pois o show não pode parar”, afirmou a representante do bloco carnavalesco icoaraciense

Belém