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Belém registrou 85 incêndios apenas no mês de dezembro

No Pará foram 252 ocorrências, segundo o Corpo de Bombeiros. Capital lidera número de sinistros.

Dilson Pimentel

O número de incêndios registrados em Belém, em dezembro de 2020, aumentou quase 12% em relação ao mesmo mês de 2019. Em 2020, foram 85 ocorrências na capital. E, em 2019, 76. As informações foram dadas pelo major Leandro Diniz, titular da 5ª Seção do Estado Maior Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Pará.

Em dezembro, e em todo o Pará, houve 252 incêndios, dos quais 119 na região metropolitana de Belém. E, apenas Belém, 85 incêndios. Em 2019, no mesmo período, foram 321 incêndios registrados no Pará, sendo 106 na RMB e, na capital, 76. “De um ano para outro houve quase 12% de aumento só em Belém em dezembro”, afirmou o major Diniz. Ele citou os números de incêndios em Belém desde 2016, sempre no mês de dezembro. Em 2016: 65 incêndios. Em 2017, 105. Em 2018, 92. Em 2019, 76. Em 2020, 85.

“A média dos últimos cinco anos é de 84,6 incêndios em dezembro. Ou seja, o ano de 2020 foi dentro da média”, explicou. Mas houve uma leve tendência de alta de 2019 para 2020 em Belém e no mês de dezembro. O oficial do Corpo de Bombeiros informou que, dos 85 incêndios registrados em dezembro passado, a maioria ocorreu no período que vai do final da tarde, noite e madrugada. “Dos 85, 52 ocorreram entre as 16 horas e as duas da manhã”, contou.

Quartel da Cremação é o mais acionado

Os 85 sinistros estão divididos entre aqueles ocorridos em edificações (casas), seguido por fogo no medidor, transformador, registro de energia no passeio público e em resíduos, entulhos e lixo. “E, dos incêndios em edificação, a maioria é alvenaria, apesar da gente pensar que as casas de madeira têm maior potencial de propagação de incêndio”, explicou. A maioria dos acionamentos é feita para o quartel do Corpo de Bombeiros da Cremação, na travessa Padre Eutíquio, seguido do quartel que fica no Comando Geral, na avenida Júlio Cesar, e, depois, no quartel de Icoaraci.

“O acionamento por esses quartéis nos infere que a sua maioria ocorre em bairros mais periféricos”, disse. O major Diniz explicou que nem todos os incêndios são periciados. Mas, analisando as perícias feitas e as informações disponíveis, e as ocorrências registradas, as principais causas são fogo em fiação elétrica, causados por instalações clandestinas, os famosos ‘gatos’, que contribuem muito para que haja uma sobrecarga da rede elétrica, vindo a ter sobrecarga do transformador e, por consequente, incêndio.

À noite, uso de velas e lamparinas também ocasiona incêndios

À noite, e por causa às vezes das quedas de energia, há os incêndios ocasionados por recursos de iluminação improvisados, tais como velas e lamparinas. Ele explicou que as pessoas até acabam tendo certo cuidado onde colocar esses materiais. “Mas, por descuido, essas fontes de luz ficam sem uma pessoa próxima, vigiando-as. Ou seja, ilumina-se o quarto e não fica ninguém ali, ou a pessoa sai e deixa a vela acesa”, contou. Com o consumo desse material, ela tomba e, se está relativamente próxima de uma fonte, uma cortina, toalha da mesa, aí é que se dá realmente um princípio de incêndio, que evolui para um incêndio de médio ou grandes proporções.

Outra causa é a parte elétrica mais interna da residência. “O uso de muitos equipamentos que sobrecarregam a rede, que não foi projetada inicialmente para receber vários tipos de eletrodomésticos, às vezes causa uma sobrecarga interna na rede elétrica da residência e o uso também daqueles adaptadores, os famosos ‘benjamins’, onde se colocam várias equipamentos em uma mesma tomada, que não foi projetada para aquilo”, explicou.

Isso acaba provocando efeito na fiação ou nesses ‘benjamins’, que aquece material externo, provoca o derretimento e,  muitas vezes, curto-circuito ou princípio de incêndio. “Isso é uma causa muito característica dos princípios de incêndio. Essa junção de comportamentos e condições geralmente fazem com que a gente tenha esse elevado número de incêndios em Belém nesse fim de ano. Há, também, a presença dos famosos pisca-piscas nessa época natalina que, às vezes, não têm uma procedência adequada, não são certificados pelo Inmetro para averiguar a qualidade do produto”, afirmou o major Diniz.

Número de incêndios em Belém em dezembro:

Em 2016: 65.

Em 2017, 105.

Em 2018, 92.

Em 2019, 76.

Em 2020, 85.

Fonte: Corpo de Bombeiros do Pará

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