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Banca de revista e até carro são encontrados em canais da capital paraense

Equipe de limpeza retira quase uma 'loja inteira' do interior dessas grandes valas de Belém

Com informações da Agência Belém

Televisão, cama box, sofás, vasos sanitários, tábuas de passar roupa, colchonetes, geladeira, armário, cadeiras. A lista de objetos remete a uma loja de móveis ou uma casa mobiliada mas, por mais absurdo que pareça, todos eles foram retirados de dentro dos canais da capital paraense. A quantidade de produtos recolhidos preocupa e retrata uma das principais problemáticas existentes no saneamento básico do município, que é o descarte criminoso de lixo e entulho nas margens e dentro de canais da cidade.

O grande volume de material recolhido impressiona pela variedade, já que até uma banca de revista, um orelhão e um veículo, modelo Belina,foram encontrados nos canais de Belém nos últimos três meses. Diariamente, equipes do Departamento de Resíduos Sólidos (Dres) da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) retiram uma grande quantidade de lixo e entulho de  áreas de canais, durante o trabalho de limpeza. 

Colchões, geladeiras e sofás estão entre os objetos mais encontrados nos canais e que são apenas os maiores, visto que sacolas plásticas, garrafas, latas de bebidas, sapatos e caixas de papelão são os mais comuns e constantes. “Já recolhemos de tudo de dentro dos canais, desde objetos pequenos até carcaça de veículos. Essa Belina vermelha foi retirada do canal da travessa Três de Maio há cerca de 4 meses”, contou o diretor do Dres, Marcus Carvalho, enquanto observava o veículo no pátio do departamento, no bairro da Cremação.

“A estrutura da banca de revista estava às margens do canal da 14 de Março, prestes a ser descartada  dentro do canal, o que mostra a falta de conscientização de algumas pessoas que ainda insistem em jogar esse tipo de objeto dentro de canais”, completou o diretor.

Segundo ele, o descarte em via pública só será realmente combatido com o envolvimento e colaboração de toda a população. “Esse quadro só vai mudar com o comprometimento de todos, que precisam se conscientizar da importância em não descartar lixo ou entulho de forma criminosa. Fazemos a nossa parte como gestão pública, mas essa é uma situação que não depende somente da prefeitura. Efetuamos  a limpeza regularmente, no entanto, o descarte ocorre diariamente”, lamentou. 

Interesse comum

Mais de R$ 24 milhões são gastos por ano na limpeza de pontos críticos formados por descarte criminoso de lixo em vias e canais de Belém. Mas há quem resida próximo de áreas de canais e condene o descarte em via pública. “Não adianta a prefeitura se esforçar em limpar os canais, pois a população tem também que colaborar não despejando lixo na rua e nem nos canais. Se cada um fizesse a sua parte respeitando o meio ambiente, nós não estaríamos agora enfrentando todos esses problemas com sujeira e alagamentos”, desabafou Paulo Sérgio Rodrigues Paixão, de 59 aos, enquanto acompanhava a ação de limpeza no canal da avenida Visconde de Inhaúma, no bairro da Pedreira.

Já o aposentado Raimundo Rodrigues, que reside na esquina do canal da Antonio Baena, acredita em uma mudança de comportamento da população. “Sou otimista e quero crer que as pessoas estão se conscientizando de que não podem descartar nenhum tipo de lixo e nem entulho dentro dos canais. Aqui onde moro muitos vizinhos reclamam dos móveis abandonados na beira do canal”, comentou. “Uma pequena quantidade de lixo já faz um estrago imenso, imagina um objeto grande obstruindo a passagem da água. Isso tem que acabar e só depende de nós, pois a prefeitura vem fazendo a parte dela, que é a de limpar”, declarou o aposentado. 

Denúncias podem ser feitas pelo disque Sesan 156 e a ligação tem que ser efetuada de um telefone fixo.

Ananindeua