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Aplicativo disponibiliza conteúdos para alunos sem internet

Estudantes nas ilhas podem estudar em casa sem atropelos

Eduardo Rocha

Estudantes que moram na região das ilhas de Belém, sem internet e matriculados na Fundação Escola Bosque Funbosque), no Distrito de Outeiro, começam a ter acesso a conteúdos pedagógicos a partir de uma plataforma digital (aplicativo) criada por pesquisadores da Fundação, dispondo de um acervo offline para que possam estudar na pandemia da covid-19. Essa experiência, de apoio ao ensino remoto, é viabilizada por meio do Projeto Poraquê.

Os professores Jader Gama e Luiz Sanches, da Fundação, envolvidos no projeto, informam que no começo deste ano, como parte da Semana Pedagógica, a Funbosque promoveu um seminário sobre ferramentas tecnológicas e capitalismo de dados, objetivando reverter a situação identificada pelos técnicos da Fundação de que muitas professoras e alunos não conseguiam interagir entre si e encaminhar atividades de ensino aprendizagem.

Os conteúdos didáticos eram trabalhados via WhatsApp, mas sem controle das tarefas escolares e ainda o fato de que os alunos têm celular, mas não internet.A situação de dificuldades dos estudantes para dispor dos conteúdos foi levantada pelos professores da Funbosque, para a utilização de uma plataforma, no caso da Moodle, para que esse cenário pudesse ser contornado.

Assim, a Funbosque decidiu, mediante parcerias institucionais, investir na criação de um ambiente virtual de apoio à aprendizagem, que não se configura como educação a distância, mas possibilita o acesso a conteúdos de disciplinas pelos estudantes e ainda que os alunos possam ter seu desempenho avaliado pelos docentes. O seminário com especialistas em ferramentas tecnológicas para educação foi o ponto de partida para o Poraquê.

Cidadania

O pai ou mãe e responsável do estudante acessa o wi-fi da sede da Funbosque, baixa o aplicativo do Projeto Poraquê, e, então, os conteúdos pedagógicos, em formato offline, para que o aluno possa acessá-lo em casa por meio do celular.

A renovação dos conteúdos e correção das tarefas são feitos de forma periódica pelos professores, mantendo-se o ritmo das atividades didáticas. O projeto começou na segunda-feira (1º) envolvendo estudantes das turmas Xapuri (a cargo da professora Daniele Monteles), Cutia (professora Arlinda Amaral) e da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (professora Ana Guerreiro) nos ensinos Infantil, Fundamental e Médio.

A partir de agosto, o projeto deverá ser expandido para atender aos mais de 2.700 alunos da Funbosque, com acompanhamento do presidente da Fundação, Alickson Lopes. "Esse é um projeto piloto focado em facilitar aos estudantes de baixa renda o acesso à educação, neste momento muito difícil da pandemia. Iniciamos agora e esperamos ir aperfeiçoando o processo para que já no segundo semestre levá-lo a outros estudantes que precisam desse suporte para estudar", afirma Jader Gama.  

Belém